• 10 de maio, 2024 01:52

Os diversos temas da atualidade. Por Emerson Monteiro

ByDudu Correia

mar 25, 2022

Emerson Monteiro

Advogado e escritor

Na coluna Reminiscências no jornal Leia Sempre

Tratar de um tempo acelerado de informações qual este em que estamos exige mais do que sempre fora o jornalismo tradicional. O repórter saia com três itens básicos a cobrir; seria sua tarefa diária. Antes de fechar a redação e passar às máquinas, as matérias iriam à edição, à revisão, e seguiria ao fechamento da página. Tempos clássicos; tempos previsíveis. Hoje, no entanto, entre o dia e a noite muda quase tudo, senão tudo. A gente acorda sob um clima e adormece na condição de puros aprendizes da história de todos, feitos máquinas de esquecer, num furor estonteante nas hostes do absurdo. Dalgumas vezes, são acontecimentos de rotinas; doutras, ameaças à sobrevivência da espécie.

Desde a política local à internacional, que de comum, a bem dizer, transforma pouco o andamento dos acontecimentos, submetidos às intempéries das macroestruturas mundiais, até os avanços da tecnologia, o que nos torna aprendizes da informação numa velocidade supersônica. Em nome desta realidade, vive o sistema global de transmitir notícias, as que lhe interessa, na força da dominação dos governos totalitários e da economia de resultados.

Vivemos, pois, debaixo do tacão de sorte indomável, meras peças de tabuleiro das armas e das fortunas. Joguetes de valores incalculáveis em números, pousamos de cidadão exemplar às rédeas do estado plenipotenciário. Aceitamos as leis, redemos graças aos líderes da vez e enfiamos a cara nos meios de comunicação, tais senhores do instante e amores da razão oficial. Avançamos no bolo dos mercados e deixamos de lado a provável consciência política que faria parte dos conceitos da sociedade, a produzir resultados e defender os direitos de ofício, normas de conduta da ordem geral.

Bom, nisso talvez pudéssemos reger o barco e atravessar as ondas revoltas do inesperado, não fosse a fria realidade dos poderes que a civilização de massa introduziu sem a menor cerimônia, a fazer das doutrinas da evolução apenas ideologias de uso prático dos donatários das capitanias hereditárias. De peças do jogo passaram a zumbis e o poder cada dia aumenta, invisível aos olhos do homem comum. No alvedrio dessa corporação que forma os partidos majoritários se desenvolve a sobrevivência da larga população. Submissa dos grupos dominadores; come, dorme, trabalha, trabalha, e assiste aos espetáculos permitidos; entes de colmeias gigantes, esses componentes do quadro humano agora podem aceitar as determinações que lhes chegam de algum lugar misterioso, durante as vidas que passam na poeira dos séculos.

A impressão que resta representa o filme que passa ali no espelho dessa realidade factual. E indagar de onde procedem as versões oficiais pouco, ou nada, interessa às abelhas dessa colmeia gigante em que virou a Terra dos dias atuais. Ter consciência disso tudo deixa pensar que seria tarefa sobre-humana, transcendental, a que os valetes jamais devem sonhar. Os caminhões de recolher esse lixo histórico logo cedo, nas manhãs distantes, revolvem o que sobrou da função; nisso, nos laboratórios do poder, imperam os ganhares que trabalham novas versões do que virá. Novos temas em foco fervem, assim, nas lâminas dos laboratórios e recriam modelos de continuidade aos chãos das fábricas em produção constante.

Que ninguém ainda percebeu será a porta aberta da real transformação do que vulgarizou a destinação das pessoas. Que necessário faz trazer ao leito da percepção o direito e o dever de que somos instrumentos forças invencíveis determinam por meio da Consciência. Este o tema novo que precisamos praticar diante das crises de um sistema em queda livre, só refeito com perfeição aos braços dos que despertem à realidade superior da Verdade em si próprios. Daí a Natureza, de que somos parte integrante, revelará o sentido absoluto de uma modalidade até então inexistente. E os valores da individualidade nascerão da gente na gente mesma, no despertar da nossa verdadeira identidade.

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