• 20 de maio, 2024 13:19

Onda de desinformações e fake news que prejudica ações para o RS  

ByTarso Araújo

maio 9, 2024

A solidariedade tem sido a tônica das ações do povo brasileiro quando falamos da grave tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul, com previsão de destruição de centenas de cidades e milhares de desabrigados. A solidariedade é um forte do brasileiro. E isso se vê nas mais variadas campanhas feitas por governos estaduais, por movimentos sociais, sindicatos e a sociedade civil todos empenhados em ajudar. Isso sem falar na enérgica ação do Governo Federal com recursos, pessoal, elegendo o Rio Grande do Sul como a grande prioridade do momento e previsão de liberação de mais de 50 bilhões de reais para a reconstrução desse importante estado brasileiro.

Mas, mesmo com essa rede de solidariedade se formando em vários estados brasileiros há quem queira o pior. Por incrível que pareça existe uma gigantesca campanha de desinformação sobre a situação do Rio Grande do Sul. Essa campanha tem ficado clara e objetiva em desinformar, criar confusão, tentar desmobilizar a ajuda aos gaúchos e tentar passar para a opinião pública que governos e o Estado brasileiro nada fazem ou não querem fazer.

A campanha de fake news tem origem no bolsonarismo e em nomes bem populares da extrema direita brasileira. E fica claro que essas campanhas da extrema direita não são artesanais ou amadoras. Falamos de um grande esquema e uma grande estrutura de comunicação que deve envolver muitos recursos, pessoal, estratégia e objetivo de ampliar o ódio das pessoas, dividir o Brasil, ampliar o medo e o preconceito e assim tentar desestabilizar o estado brasileiro e os governos.

No Brasil das fake news a pessoa ou instituição quando for fazer uma campanha para ajudar uma população atingida por uma enchente como acontece agora precisa além de fazer a campanha, enviar recursos e ajuda, conseguir unir outras pessoas nessa nobre causa, mas precisa também trabalhar e combater uma ampla campanha de calúnia, injúria e difamação nas redes sociais.

É como se fosse errado ajudar ou como se qualquer ajuda fosse apenas para ganhar fama, votos ou crédito. E quem faz essa campanha de difamação é exatamente quem quer o tempo inteiro lacrar e disseminar mentiras.

Alguns casos graves aconteceram.

Na rede social X (antigo Twitter) o jornalista Cesar Calejon alertou.O método bolsonarista: Pablo Marçal lança a falácia de que caminhões com as doações para o RS estariam sendo retidos. A casa cai, o SBT retira a matéria do ar, a ANTT explica que seis caminhões foram multados por irregularidades (e que as multas serão retiradas), mas nenhum foi retido. Os bolsonaristas batem no peito e dizem que estavam certos”.

Outra mentira que circulou e precisou ser desmentida pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foi a de um vídeo sobre a agência estar proibindo a entrada de medicamentos doados para atender as vítimas da calamidade provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Pelo contrário, em comunicado a ANVISA reforçou que está cumprindo com o seu compromisso de trabalhar em prol da segurança sanitária e acompanha a situação emergencial de perto, em contato direto com as autoridades federais, estaduais e municipais. Dessa forma, atua para atender qualquer excepcionalidade necessária para amenizar os danos causados pela enchente.

Outra mentira bastante disseminada foi feita pelo influenciador Nego Di, que soma 9,7 milhões de seguidores no Instagram. Em vídeo, ele disse que autoridades em Canoas, uma das cidades mais prejudicadas, estavam exigindo brevê de piloto de barco (documento que concede permissão para dirigir esse tipo de veículo), para voluntários que estão auxiliando nos resgates com barcos e jet ski. A informação também é falsa, e o governo estadual não está autuando esses veículos.

O próprio Governo do Rio Grande do Sul chefiado pelo tucano Eduardo Leite agora divulga campanha afirmando que não é exigida notas fiscais para doações, não estão sendo mutilados veículos de apoio e salvamentos, e não há fiscalização pelo Governo do Estado de marmitas feitas por voluntários. Ufa!!!

Para lutar contra as fake news no Rio Grande do Sul a Polícia Civil do estado abriu oito investigações contra fake news na última terça-feira, 7, e o governo gaúcho criou uma força-tarefa para checagem e contestação das informações inverídicas. O governo federal acionou o Ministério da Justiça para identificar e investigar disseminadores de notícias falsas.

UMA FORMA DE ATUAÇÃO

Agências de checagem como Lupa e Aos Fatos estão com equipes dedicadas a verificar e desmentir fake news sobre a tragédia climática no Rio Grande do Sul. Segundo as agências, os aplicativos de mensagens, como o Whatsapp, são os meios mais utilizados para espalhar mentiras.

Entre as notícias falsas, há um padrão comum: desinformação sobre ações dos governos, seja federal, estadual ou municipal, como se as instituições estivessem atrapalhando os resgates e ações.

Os boatos prejudicam a ação de autoridades, prefeituras, bombeiros e companhias de água e energia. Além do trabalho de campo para resolução ou contenção dos problemas, as instituições precisam continuamente elaborar posts e vídeos para desmentir as mentiras.

Fonte: jornal Nexo

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