Por Tarso Araújo
Editor do Leia Sempre
Muita gente anda horrorizada no Brasil porque somente agora está “descobrindo” que no governo Bolsonaro quem manda não é ele. Vez por outra aparecem os arrependidos na internet e redes sociais dizendo que votaram no Bolsonaro e que agora estão arrependidos porquê agora descobriram dentre outras coisas que há corrupção no governo e que Bolsonaro entregou o governo brasileiro para pastores, centrão, militares e ao Paulo Guedes e seus amigos banqueiros.
Esses argumentos acima podem até ser convincentes em um primeiro momento, mas a história não cola. A verdade é que Bolsonaro tomou para si a tarefa de destruir o estado brasileiro, de destruir nossa cultura e educação, se puder o Carnaval também, e deixa o comando do estado para seus aliados predadores que vão usando e abusando de dinheiro público, fazendo do orçamento secreto o maior escândalo de corrupção política da história do Brasil.
Uma pergunta que não cala: quando vai mesmo sair dos cofres públicos para o centrão nesse esquema do orçamento secreto?
Alguns dizem que já vai em 16 bilhões de reais. Mas esse poço tem fundo?
Outra verdade é que em cada ministério, e essa conversa rola em Brasília há um gabinete paralelo agindo nas sombras, manipulando dinheiro, distribuindo verbas aos aliados e enchendo os cofres de políticos bolsonaristas que se preparam agora para vencer as eleições.
Se podemos agora vislumbrar e ver de perto o que os bolsonaristas fazem no Ministério da Educação, imagine o que se passa na Saúde, Agricultura, Meio Ambiente, Economia e por aí vai.
Há um gabinete paralelo na educação manipulando verbas federais com o silêncio dos órgãos de fiscalização e da Justiça. Há um gabinete na Saúde que foi pego pela CPI da Pandemia e um na economia que faz negócios astronômicas com investidores, fatia a Petrobrás e entrega nosso petróleo e essa gigantesca e lucrativa empresa para empresas americanas e de outros países.
A imprensa publicou recentemente: “Desde o começo de 2021, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura promoveram encontros de prefeitos no MEC, que levavam a pagamentos e empenhos em apenas dias ou semanas depois dos encontros.”
Outra: Acusa o prefeito Gilberto Braga (PSDB) da cidade de Luís Domingues (MA) que o pastor Arildo Moura ligado ao tal gabinete paralelo no MEC pediu 1 quilo de ouro após a liberação dos recursos mais 15 mil reais.
Isso não será investigado?
Enquanto estamos no Brasil da fome, desemprego, inflação, degradação ambiental, desmonte das instituições e morte por Covid-19 chegamos a conclusão que a corrupção não é nosso maior problema. Mas que precisa ser combatida, precisa.
Foto: Carolina Antunes/PR