• 11 de maio, 2024 11:00

SISEMJUN INFORMA – 08 de Março – Dia Internacional da Mulher

ByDudu Correia

mar 4, 2022

COLUNA SISEMJUN INFORMA

 08 de Março – Dia Internacional da Mulher

Para falar do dia 08 de março, dia Internacional da Mulher, poderíamos nos remeter ao contexto histórico da data, a qual menciona que desde o século XIX, organizações de mulheres a partir de movimentos operários protestavam em vários países da Europa e nos Estados Unidos, basicamente, por melhores condições de trabalho, pelo fim de jornadas de trabalho abusivas e por salários mais justos nesse período.

Trazendo para nossa atualidade, estamos num 08 de março após dois anos de pandemia do covid 19, e parece que nos encontramos lutando ainda pelas mesmas causas de dois séculos atrás.

Lembremos que a primeira pessoa a falecer de covid no Brasil foi uma mulher, negra, empregada doméstica, que adquiriu o vírus trabalhando, por não ter o direito de ficar em casa e manter o isolamento social, como era o protocolo sanitário de março de 2020. A mesma necessitava do seu salário para o sustento da família e suas alternativas eram: ficar em casa e morrer de fome ou ir trabalhar, pegar corona vírus e morrer da doença.

De lá pra cá, tivemos um número alarmante de internações, isolamento domiciliar e morte por covid 19. Passamos por momentos de desespero, sem vacina, sem tratamento adequado para as pessoas infectadas, sem oxigênio e sem leitos de UTI e nem hospitalares suficientes, além de uma enxurrada de fake news, proveniente exatamente de quem deveria nos dar respostas: esse desgoverno fascista e genocida, que nos mata pelas armas ou nos deixa morrer por falta de assistência.

E onde estamos nós, mulheres?

Estamos em casa, desempregadas, cuidando dos filhos e sofrendo abusos e violência doméstica, aonde no Brasil “cerca de 17 milhões de mulheres sofreram violência física, psicológica ou sexual em 2020. É o que mostra a terceira edição da pesquisa do Datafolha “Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil”, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. De acordo com o levantamento, nesse período de isolamento, caiu a violência na rua e aumentaram as agressões dentro de casa”.

Estamos servidoras do serviço público e ainda em tripla jornada de trabalho, pois também somos mães, filhas, tias, esposas e continuamos durante toda a pandemia no trabalho presencial nas áreas da saúde, segurança, administração, assistência social, tendo nosso direito a férias suspenso, falta de equipamentos de proteção individual – EPI para a execução das nossas atividades, congelamento dos nossos baixos salários por dois anos, concomitante com o aumento alarmante da inflação e dos preços dos alimentos como café, óleo, carne, cesta básica no geral, gás de cozinha, gasolina, ou seja, nossa força de trabalho cada vez mais explorada e mais precarizada.

Estamos nas ruas enquanto trabalhadoras do sexo, utilizando a prostituição para garantir o nosso próprio sustento e o da nossa família, enquanto mulheres, travestis e transexuais, num país de estatística perversa, por ser o país que mais mata pessoas LGBT no mundo, ou seja, crime de ódio por orientação sexual e identidade de gênero, aonde a letra T, de travestis e de transexuais é a mais assassinada: “Em números absolutos, São Paulo foi o estado que mais matou a população trans em 2021, com 25 assassinatos, se mantendo no topo do ranking pelo terceiro ano consecutivo; seguido da Bahia, que saiu da terceira posição para a segunda, com 13 casos; Rio de Janeiro em terceiro, que aumentou de 10 casos em 2020 para 12 em 2021, e o Ceará teve 11 assassinatos ficando na quarta posição” (Dossiê Antra, 2022).

Estamos no trabalho remoto, no home office enquanto professoras, trabalhando em casa e prestando assistência remota em todos os horários, sem o respeito minimamente necessário ao horário das refeições, do descanso, dos feriados ou finais de semana e atualmente, voltando pras salas de aula ainda com muitos alunos sem a vacinação, nos colocando em situação de risco de infecção em salas de aula pequenas pras grandes quantidades de alunos, sem ventilação nem circulação de ar, sem os EPI necessários como álcool em gel  e as máscaras N95 de proteção.

E em tantas outras situações que não mencionamos agora, é que estamos mais uma vez pautando e reafirmando esse 08 de março como uma data de luta por uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais equânime para todxs as mulheres!!!

 

Mulheres da Diretoria do SISEMJUN

08 de Março de 2022

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