COLUNA PANORAMA POLÍTICO
POR TARSO ARAÚJO
O ANO EM QUE LULA SE VIABILIZA COMO ALTERNATIVA AO FASCISMO
O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva esteve articulando palanques e as eleições de 2022 neste ano que se encerra. Lula, ao mesmo tempo, vem aparecendo bem em todas as pesquisas de opinião. De longe, bate nas pesquisas o presidente Bolsonaro, o pedetista Ciro Gomes e o juiz parcial Sérgio Moro. Lula vem se apresentando, portanto, como a grande alternativa da esquerda e centro-esquerda ao fascismo no Brasil representado por Jair Bolsonaro. O Partido dos Trabalhadores vem defendendo agora uma frente ampla contra o bolsonarismo e debatendo com várias legendas os palanques nos estados. Lula continua, segundo a pesquisa muito forte no Nordeste brasileiro. Mas vence em quase todo o território nacional. Mesmo com vantagens nas pesquisas, Lula alerta que as eleições não serão nada fáceis e muita luta será preciso para desbancar o bolsonarismo.
ALCKMIN NA VICE DE LULA
O ex-governador de São Paulo e tucano histórico, Geraldo Alckmin (sem partido) entrou no xadrez do jogo político brasileiro em 2021 após ser citado como o possível vice na chapa do presidenciável Luís Inácio Lula da Silva (PT). Mas o nome de Alckmin está longe de ser um consenso entre petistas e a esquerda. Muitos setores ainda acreditam que Lula vai escolher um vice mais à esquerda. Muitos dirigentes do PT, já contam com Alckmin na vice de Lula. Alckmin pode ir ao PSB e ser o vice de Lula.
Foto: Ricardo Stuckert e Pedro Ladeira/Folhapress
FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS
As federações partidárias já são uma realidade na cena política brasileira. Muitos partidos defenderam desde o início a formação dessas federações, como o PC do B. As federações, é bom lembrar, são bem diferentes das coligações e os partidos que fecharem acordo para formar uma federação terão que ter unidade em todos os estados e por quatro anos.
CIRO GOMES COM DIFICULDADES
O ex-governador e ex-ministro Cro Gomes (PDT) não termina o ano de 2021 com a popularidade que acredita ter ou esperava angariar entre os brasileiros. Na disputa presidencial vem tendo dificuldades para se impor e impor seu nome. Nas pesquisas mostra tendência de derretimento e começa a enfrentar largas dificuldades para montar palanques e manter perto de si quadros importantes do PDT.
LULA QUER FRENTE AMPLA
Muitos petistas tentam falar em nome do presidenciável Lula. O ex-dirigente sindical tem tido uma postura muito clara na conjuntura política brasileira. Vem tomando para si a tarefa de formar uma grande frente ampla contra o fascismo bolsonarista. Se vai conseguir a história pode ser outra. Mas Lula vem conseguindo abrir diálogos onde muitos petistas não entram. Lula quer mesmo é uma frente ampla contra Bolsonaro e Moro.
ARTUR LIRA E O CENTRÃO
O deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados Artur Lira (PP) é o grande nome do centrão e do governo Bolsonaro. Age nos bastidores e como quem tem muito poder e tem. Tem sido o principal condutor das reformas e propostas do governo Bolsonaro de aplicar o neoliberalismo, destruir direitos do povo e dos trabalhadores e impor a agenda de Paulo Guedes. Mas o preço é caro e Bolsonaro termina 2021 nas mãos de Lira e do centrão.
AS DIFICULDADES DA TERCEIRA VIA
Parece mesmo que o Brasil vai viver a política e as eleições de 2022 com uma disputa entre petistas e bolsonaristas. A chamada terceira via tenta se rearticular, tentar se impor, mas não consegue. Parece que foi tragada pela extrema-direita que vai mesmo é de Bolsonaro para presidente.
CPI DO GENOCPÍIO ATNGE BOLSONARO
O Senado Federal ocupou durante um bom período deste ano de 2021 os holofotes político, da mídia e das redes sociais. O embate em torno da CPI da Covid-19 ocupou espaço gigante do noticiário. Terminadas as investigações um relatório foi produzido, mas pouco mais se fala das investigações. No relatório final da CPI ficou claro como o dia que Bolsonaro e seu governo agiram de forma suspeita em várias ocasiões, inclusive com acusações de ilegalidades com recursos públicos e sabotagem da vacinação do povo brasileiro.
CENTRÃO MANDA NO BRASIL
O centrão vem cobrado um preço alto para manter seu apoio ao presidente Bolsonaro. Nos bastidores da política e de Brasília o centrão senta em cima do orçamento secreto, impõe seu estilo a Bolsonaro que não governa mais o Brasil. O presidente tira férias prolongadas no final do ano por nada ter a fazer em Brasília. O centrão manda e desmanda.
PSDB SEM RUMO E DIVIDIDO
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) que protagonizou com o PT várias disputas eleitorais parece dar sinais de que em 2022 pode ficar fora da disputa pelo segundo turno. Para ir ao segundo turno terá que tirar votos do presidente Bolsonaro, uma tarefa difícil já que o PSDB foi o protagonista do golpe de 2016, arrumou a casa e o bolsonarismo se instalou e agora não quer mais sair. O pré-candidato tucano, João Doria não dá sinais de que subirá na cotação popular e passará is adversários, incluindo o ex-aliado Jair Bolsonaro.