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Tribuna Sindical 2021 – Tivemos de ser fortes em 2021. Partimos para 2022 apoiados nas lutas e na unidade dos trabalhadores

ByTarso Araújo

dez 31, 2021

Texto abaixo da direção Nacional da CSP-CONLUTAS Analisa as lutas dos trabalhadores brasileiros em 2021 e afirma que no ano que vem teremos mais lutas do pOvo brasileiro em defesa de seus direitos. Leia na íntegra.

 O ano de 2021 foi difícil para a ampla maioria da população. Foi preciso defender a vida e o ano que se encerra derrama, sobre os ombros, mentes e corações de nosso povo, o amargo e doloroso genocídio causado pelo negacionismo de Jair Bolsonaro e seus asseclas. Foram mais de 620 mil vidas enterradas, sem que as famílias tenham tido sequer o direito ao ritual das despedidas das vítimas da Covid-19.

Vivenciamos as consequências de uma profunda crise econômica, sanitária e social do sistema capitalista e da política de um governo serviçal da mais baixa estirpe burguesa, neocolonial e predatória. Mas as trabalhadoras e trabalhadores não pararam de lutar no Brasil.  Foram inúmeras mobilizações para defender empregos, salários, direitos, terra, moradia, serviços públicos e até às liberdades democráticas.

Servidoras e servidores públicos estão sendo incansáveis no impedimento da aprovação da Reforma Administrativa que pretende desmontar os serviços públicos. Ocorrem jornadas de luta no setor estatal contra as privatizações que entregam o patrimônio público para as grandes empresas nacionais e internacionais. Foi assim em categoria como petroleiros, funcionários dos Correios e da Eletrobrás. Trabalhadores e trabalhadoras de categorias da iniciativa privadas também foram à luta.

O aumento da violência doméstica na pandemia; a violência policial e de seguranças privados contra negros e negras marcaram esse período; assim como a incitação ao preconceito contra LGBTs. Mulheres, negros e negras e LGBTs se viram diante também do enfrentamento incessante ao machismo, racismo, LGBTfobia.

Os mais pobres e vulneráveis têm pagado com a vida pelas políticas genocidas do governo Bolsonaro, assim como com a fome, a falta de emprego e alta dos preços dos alimentos, combustível e gás de cozinha. Os imigrantes se veem em situação cada vez pior, sem condições de vida necessárias para enfrentar a pandemia.

Os povos indígenas e das florestas que lutam por suas terras contra o agronegócio, as madeireiras e as mineradoras ilegais enfrentam violência cotidiana com perseguições e assassinatos. São extremamente afetados pela pandemia e pela fome. Sua luta é a defesa das terras originárias contra o marco temporal e em defesa dos quilombolas.

Trabalhadores rurais enfrentam o desemprego e péssimas condições de trabalho buscando uma alternativa de subsistência nos assentamentos, sem reforma agrária ou assistência e ainda acossados pelos pistoleiros ou vigilantes armados do latifúndio.

São milhões de pessoas em nosso país que lutam para ter onde morar. Na cidade, perdem o emprego e moradia. Sem poder pagar um aluguel, das ocupações arrancam a vida com garra, com auto-organização e se mobilizam para viver com o mínimo de dignidade e, por isso, resistem a toda hora às constantes ameaças e execuções de despejos violentos.

Por meses neste ano de 2021, manifestantes foram às ruas e entoaram em uníssono “Fora Bolsonaro”. Grandes manifestações, mas que sem avançar para uma Greve Geral por decisão das direções das maiores organizações sindicais brasileiras, não tiveram força o suficiente para derrubar este governo.

A CSP-Conlutas não se absteve em nenhum momento das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras e está junto na ampla campanha para colocar para fora o governo Bolsonaro e Mourão, já. Estamos à frente da luta dos que não querem esperar as eleições de 2022 para botar abaixo esse governo.

A nossa Central entra neste novo ano com muita garra e levantando a bandeira da unidade da nossa classe.

Queremos uma sociedade justa, fraterna e igualitária. São condições humanas que, já o sabemos, não cabem no sistema capitalista e nem em alianças ou projetos de governos que, nos marcos do regime atual, conciliam com a classe inimiga.

Assim, seguiremos em luta. Que venha 2022!

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