• 13 de maio, 2024 17:09

Uma linguagem de tempos novos. Por Emerson Monteiro

ByDudu Correia

mar 18, 2022

 

Uma linguagem de tempos novos

O Absoluto é eterno, aqui e agora. Sri Ramana Maharshi

Às vezes me pergunto qual seja a forma ideal de nos comunicar com a Eternidade, no sentido pleno do que somos, e vejo que precisa haver algo que tenha coerência com as leis da Natureza, e desvendar esse mistério através de nossa própria linguagem. Conversar conosco e revelar a consciência do que de perfeito consiste a nossa essência original. Alguma razão de persistir, continuar equilibrando a humana condição. Trabalhar quais instrumentos de compreender tudo quanto existe, sem se deixar levar pelo imediatismo das ilusões. Há nisso uma trilha a que tantos buscam e abandonam ao menor sinal de sofrimento, esquecendo os motivos de encontrar o real destino, ainda que vivam a peleja e as contradições da matéria que ocupam durante certo prazo de vida neste chão.

E como distinguir matéria e espírito, distinguir a perfeição que carregamos no íntimo primordial, que tantos comentam, isto longe de trazer à prática de si para com todos. Buscar aprimorar a existência, somando conhecimento e realização de uma vida, esforço inevitável de obter êxito. Ausentes de levar em conta que só a carne seria insuficiente à concretização desse ideal, resta o esforço constante, sob o testemunho da queda livre rumo ao infinito da morte.

Daí a importância de revelar o enigma a que o somos sujeitos, e vencer o desencanto do desespero. Erguer os olhos ao nível de uma possível Salvação; revelar a espiritualidade em nós. A isto viemos. Fora de aceitar ser mero objeto largado ao vento da sorte, vivenciar a nuance da Luz que representamos em parcelas. Constituir uma nova história, nossa e dos demais, parceiros na alma, que, desde sempre, anseiam fazer disto a nova Humanidade.

Tais primazias, desvendar, portanto, o segredo universal em que depositamos as esperanças de novos dias; uma escola que iniciamos e só poucos distinguem a finalidade. Nessa linguagem, entretanto, eis a interface do Destino nas próprias mãos, em tudo quanto de dúvida e desejo; trabalhamos a coragem de viver com arte. Organizar o espaço e exercitar os relacionamentos. A família, a sociedade, a política, a economia; tudo conta nesse exercício de transformação.

Crer e praticar. Viver e sonhar. Lembrar-se dos que carecem de nossas providências, de nossas atitudes, nossa honestidade, isto como numa aspiração constante dos que vivem. Trazer ao cotidiano o que chega aos pensamentos em termos de aprimorar o lugar onde todos habitam, a causa comum que todos buscam. As instituições a isto são criadas, na produção dos momentos de harmonia que transformem instintos em sentimentos nobres; superar a condição animal que transportamos nas gerações. Usufruir dos recursos naturais em prol da coexistência, independente até dos interesses individuais. Refazer as normas primitivas que, decerto, precisemos limpar, e investir nas modalidades de vencer limitações e construir a morada que aguardamos durante os milênios.

Assim, antes de repetir só as paixões do egoísmo, ensinar a nós mesmos o gesto cativante de amar, que queremos e devemos multiplicar a cada instante. Compor uma sinfonia luminosa de solidariedade e bem-estar que beneficie os quantos iguais que andam perdidos, lado a lado, neste percurso desde a origem, em que viajamos pelos acontecimentos.

Parágrafos afora, elaboramos essa caligrafia de todos em nós, nas nossas disposições de concretizar ideais na forma do que aprendemos, de agora ao amanhã que acalma o ser já mais perto da supremacia absoluta que lhe espera. Nós, os herdeiros universais da Criação.

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