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O negacionismo e a volta da poliomielite ao Brasil

ByDudu Correia

mar 11, 2022

O negacionismo e a volta da poliomielite ao Brasil

Página 6

Será isso possível? Depois de erradicar a poliomielite o Brasil vive hoje uma sombra. Segundo dados do próprio governo e do Ministério da Saúde via o DataSUS apenas 59,37% das crianças brasileiras completaram a cobertura vacinal contra a paralisia infantil em 2021. O descaso do governo, segundo especialistas, deve levar a volta da doença ao Brasil. Uma vergonha para um governo extremista, negacionista e que não investe na saúde da população.

Como o bolsonarismo e os negacionistas vão explicar a volta da poliomielite no Brasil após desmonte da saúde pública

Lilian Soares

Administradora

 O Brasil ficou conhecido no mundo, dentre outras coisas,  pelo trabalho realizado no âmbito do Sistema Único de Saúde, criado na Constituição Federal de 1988 por ser expert na vacinação em massa de seus cidadãos.

Essa vacinação criou uma certa cultura entre brasileiros, surgindo no caminho uma série de programas sociais voltados para famílias e crianças tendo como pressuposto para participar do programa a criançada ser vacinada e estar dentro de uma sala de aula.

Esse era, por exemplo, um dos pressupostos para participar do programa Bolsa Família, um dos maiores programas de transferência de renda para famílias em situação de risco no Brasil, programa que foi premiado mundialmente.

Com o advento do golpe de 2016, o governo Temer e agora o desgoverno de Bolsonaro, o SUS passa a ser atacado, ameaçado de privatização e como Bolsonaro não conseguiu destruir o SUS, o corte de verbas prejudica as políticas de saúde pública do povo brasileiro em plena pandemia.

Há cortes para campanhas de vacinação, por exemplo.

Negacionismo, fake news contra vacinas, mentiras em plenário do congresso ditas por deputados e senadores bolsonaristas, a própria máquina de propaganda do presidente e ele próprio levaram a ampliação do que chamamos de negacionismo. É fácil, qualquer ignorante dar uma de analista de ciência em rede social e ficar espalhando mentiras sobre vacinas e doenças. Negar tudo e levar o público ao medo coletivo.

O negacionismo que aumentou no Brasil agora chega nas nossas crianças. Prova disso é uma informação que  está nos principais veículos de comunicação do Brasil que alerta: “A meta é ter anualmente 95% de todas as crianças vacinadas contra a poliomielite, mas os dois recentes anos de pandemia registraram os piores índices desde 2012. As gotinhas que levaram à erradicação da paralisia infantil no Brasil não foram tomadas por mais de 3 em cada 10 crianças no ano passado. A tendência de queda já era verificada anteriormente, mas se acentuou no período recente de pandemia. Negacionismo, falta de investimento e efeitos indiretos da pandemia estão entre os motivos apontados por especialistas (…) além da falta de conhecimento das novas gerações com os efeitos nefastos da doença, erradicada no Brasil há mais de 30 anos.”

 

Pois bem, amigos e amigas, estamos falando do retorno da poliomielite depois que o Brasil inteiro como Nação fez um esforço em diversas áreas e chegou a erradicar a doença. O bolsonarismo negacionista agora ameaça nossas crianças com uma doença terrível que já atinge outros países.

 

O alerta precisa ficar claro: mais de 3 a cada 10 crianças não vem sendo vacinadas contra a pólio o que pode levar ao retorno da doença no Brasil.

 

Além do negacionismo e das mentiras espalhadas em redes sociais, inclusive por gente dita famosa, um horror, leva a essa situação, somada ao corte de recursos para a área por parte do governo Jair Bolsonaro. O governo atual vem abandonando os programas de imunização como um todo. Uma terrível notícia para um país doente de extremismos, negacionismos, covid-19 e agora a pólio que vai aterrorizar a vida de famílias e crianças.

 

Apenas para completar a informação e deixar claro que autoridades já sabem da situação faz tempo: “Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta dizendo que “os casos registrados de sarampo e poliomielite haviam aumentado em todo o mundo”. O g1 trouxe dados daquele ano: a cobertura contra a pólio estava em 77%, ainda com tendência de queda. À época, o Ministério da Saúde já informava que 312 municípios brasileiros estavam com baixa cobertura para a vacina contra a poliomielite e não haviam vacinado nem metade das crianças menores de um ano. Desde então, o cenário piorou”.

 

Finalizando: “Considerando todas as doses, a cobertura vacinal era de 96,55% em 2012. Em 2021, caiu para 59,37%. A mais baixa foi a da dose de reforço dada aos 4 anos: apenas 52,51% das crianças receberam essa dose no ano passado, segundo os dados computados no DataSUS até 6 de março”.

 

Lembrando que a OMS recomenda cobertura vacinal de 95% , bem longe do que o atual governo pretende chegar.

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