A sociedade brasileira está vendo com o passar do governo Bolsonaro o aumento da inflação, do desemprego, o retorno do Brasil ao mapa da fome e a execução de uma política econômica que não leva em consideração o emprego, a ampliação da massa salarial, maiores investimentos em obras públicas e geração de emprego e distribuição de renda. Não há outra alternativa aos trabalhadores irem às ruas no 7/9 reivindicar emprego, comida, vacina e democracia.
Foto: Paulo Pinto / AFP
No 7 de setembro trabalhador vai às ruas e quer emprego, comida e vacina
Por Tarso Araújo
Editor do Portal Leia Sempre
No dia 7 de setembro os brasileiros e brasileiras que vivem na pele os desmandos, descaso e a nefasta política econômica da era Bolsonaro tem uma responsabilidade e um dever com o conjunto da sociedade: ir às ruas pedir comida, emprego, salário, vacinação em massa da população contra a Covid-19, fim dos projetos que retiram direitos do povo, fim da reforma administrativa que sucateia o Estado brasileiro e mais democracia com o Fora Bolsonaro.
A demora das lideranças de esquerda e dos movimentos sociais e populares em fazer uma convocação dos trabalhadores, dos movimentos sindicais, sociais, populares e comunitários, do movimento estudantil e de mulheres, enfim, chamando o povo para em protestos pacíficos exigirem a mudanças que o povo brasileiro precisa vem prejudicando e até mesmo impedindo amplas mobilizações no 7 de setembro.
A situação do povo brasileiro atual não precisa ser lembrada e nenhuma liderança seja de esquerda ou progressista, que o povo brasileiro vem sendo atacado constantemente nos últimos anos, foram mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mudanças na aposentadoria prejudicando milhões de pessoas, retiradas de direitos e fim de uma série de programas sociais.
Outro ponto a se lembrar é a política de congelamento de verbas públicas para investimentos, o congelamento e destruição de uma rede de proteção social que foi construída o longo dos governos progressistas e que vivaram pó nos governos Michel Temer e Bolsonaro.
Se essa situação de extinção de garantias sociais e políticas públicas não forem suficientes para uma ampla mobilização da sociedade brasileira, então, não sabemos mais quais podem ser esses motivos.
A mobilização do 7 de setembro deveria ser exemplar para mostrar à elite, e ao bolsonarismo que está na hora de parar as bravatas e termos uma política efetiva de atendimento dos direitos mais amplos da população pobre, maioria esmagadora dos brasileiros.
Negar essas mobilizações é fazer vistas grossas aos desmandos até agora feitos por um governo de extrema-direita que retira direitos e ataca o povo brasileiro.
Quem tem medo de golpe?
Nos últimos dias o presidente Jair Bolsonaro externou que dia 7 de setembro tem golpe. Na prática, Bolsonaro arma o golpe desde quando assumiu a presidência da República, mas carece de apoio político e institucional. Formou um governo sem competência e de uma maioria de extremistas que não sabe lidar com as demandas gerais da sociedade.
Arma um golpe que não vai acontecer e isso pode se evidenciar no 7/9. Se o povo brasileiro der uma resposta à altura não restará mais nada a Bolsonaro do que ir ás urnas em 2022 e ser fragorosamente derrotado.
Um presidente impopular, com um governo impopular e uma minoria de neofascistas que o apoiam não garante governabilidade a ninguém. Nem negociando alto com o centrão.
Não vai haver golpe, o Exército sabe disso, as instituições democráticas sabem disso e Bolsonaro finge que não sabe, mas lá no fundo sabe que seu golpe será um fracasso. Resta ao presidente negacionista e genocida negociar um fim em que não veja ele próprio e seus filhos presos por tantos crimes cometidos. O Brasil não para por causa do bolsonarismo e de Bolsonaro.
foto: Sergio Lima / AFP