• 9 de maio, 2024 15:31

O desfile dos cacarecos da República. Por Marcos Leonel

ByTarso Araújo

ago 13, 2021 #Brasil

FALA, LEONEL I MARCOS LEONEL

 

 

O que resta da República são frangalhos, são farrapos rotos, são cacarecos insepultos, são regras que se aplicam às farsas, são ossos dados aos cães nazistas, criados para devorarem o povo, são treinados para deixarem vestígios históricos extremamente visíveis. A República que desfila é a mesma que se escondeu nos porões da Ditadura Militar, é a mesma que torturou, que matou, que fez desaparecer a dignidade de um povo.

Bolsonaro faz desfilar a sua fraqueza e sua índole fascistóide. A sua incompetência suprema já desfila há mais de trinta anos na política brasileira, sendo boa parte dela eleita pela urna eletrônica, sem o menor vestígio do voto impresso. Há mais de trinta anos as urnas eletrônicas diplomam a política brasileira, sendo que boa parte dos eleitos são pilantras corruptos, assim postos pela vontade do povo. A urna eletrônica já pariu mais 115 milhões de votos para o clã miliciano que ocupa o governo como prole.

Vereador, deputado, senador e presidente, todos da família Bolsonaro eleitos pela votação eletrônica, todos da família eleitos pelas urnas eletrônicas defendem as fraudes eleitorais das urnas eletrônicas, pois é assim que se apascenta o gado, pois é assim que o inimigo público é construído para justificar a usurpação do poder, esse é o sacramento religioso que garante a transubstanciação da República em República de bananas. Transformar o país em pária foi o mais fácil, o difícil é apagar essa vergonha perante o mundo.

Quem votou nisso não tem vergonha, pois ele é soma, é identidade absoluta. Quem se olha no espelho e ri, aduba o nazista que há em si. Os aplausos dados aos cacarecos em forma de tanques e blindados, aplaudem a mortandade de judeus mortos nos campos de concentração, aplaudem o racismo e o preconceito, aplaudem o direito de roubar o que resta da República, ratificam a presença das milícias que escravizam comunidades, em pleno terceiro milênio, em pleno ataque a céu aberto contra o estado de direito.

O papelão de molecagem das forças armadas é a proficiência de quem se especializou no estelionato ideológico de salvar a pátria. As forças armadas propagam a salvação da pátria quando são elas mesmas que ameaçam a pátria e chafurdam no poder, comendo, bebendo e mijando como donos dos porcos que se alimentam de sobras. Desde que as forças armadas foram transformadas nas milícias das oligarquias brasileiras e deram o golpe da República, eles desfilam suas armas e proclamam o direito de proclamar que não existem direitos.

Cacarecos e caricaturas caminham juntos na maior decadência moral da história brasileira. Eis que o beco se afunila, em nome de Deus. A quem defenda que o Brasil é isso mesmo e que Bolsonaro representa a sociedade brasileira. A quem defenda que Bolsonaro representa o retrocesso medieval, com todo o seu maucaratismo teocrático em forma de fantasma. A quem defenda que o caminho é uma guerra civil, de fato e de direito. Mas a realidade é mais imperiosa do que suposições, sendo que o vazio histórico desses dois anos e meio das tropas de Bolsonaro no poder é feito de respostas sem perguntas. O achincalhe do Brasil não tem indagações, só as mãos lavadas é que pertencem a Pilatos. Eu aproveito e pergunto: o que é que Bolsonaro vem mesmo fazer no Cariri?

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