Rafael Bessa
Estudante
Essa é uma pequena história que devemos sempre ter em mente para momentos tão sombrios como estamos vivendo no Brasil. O momento agora é de ler livros, debater esse conteúdo, unir forças para tirar o Brasil da imensa ignorância que se mergulha a cada dia que passa.
Digo isso, pois nos tempos da ditadura um homem simples que gostava de ler livros, não queria saber de muita coisa na vida. Poderia ter sido um homem público, um artista, ou um médico, mas preferiu ser um simples trabalhador com trabalho certo, em dia certo para poder ter tempo e ler livros. E lia com muita voracidade e alegria no coração
Mas os tempos eram bicudos e ele se viu no meio de um turbilhão de acontecimentos. Mas, para ele, todo aquele negócio de golpe militar, tortura, violência e censura era uma cosia horrível que não tinha como se dimensionar e, para ele, apenas quem compreendia o que se passava poderia ter dimensão da realidade.
Ele olhava e notava que todos agiam como se nada tivesse acontecido, pois gente sumia, era torturada, exilada, o país afundava e a turma ainda vinha com uma coisa de milagre econômico.
Certo dia, parado em um bar perto de casa, onde vez por outra parava para tomar uma caninha com caju no fim do dia de trabalho, começaram a bater boa sobre o Brasil de então.
Era coronel para lá, general para cá, sumiço para acolá e ele com a nítida impressão que iam perguntar algo. Até que João Lavrador se virou e perguntou o que ele achava daquilo tudo.
Severino Rotundo era desses homens animados com a leitura e de poucas palavras. E disse como quem fala com a clareza dos profetas: “esse é o momento do brasileiro aprender a ler para não repetir o que estão fazendo com o Brasil de hoje, fazerem no futuro”.
As sábias palavras de Severino ainda reverberam no Brasil de hoje. Ler para não crer que a terra é, por exemplo, plana.
