Por Tarso Araújo, editor do Leia Sempre
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) bem que vem tentando, mas está com muitas dificuldades em montar um golpe e tentar se perpetuar no poder como ditador de um regime totalitário.
A pouca força política que vem demonstrando, a crise econômica e sanitária, o acordo espúrio com o centrão e sua consequente desmoralização enquanto político que ria combater a corrupção concorrem para a cena política se desenvolver de tal forma que as instituições chegam fortes para o processo eleitoral e fruste o presidente.
Ou seja, tudo aponta que teremos eleições e Bolsonaro não tem mais como impedir. Seria uma sopro de irresponsabilidade qualquer atitude autoritária, quando nos vemos no meio de uma CPI que descobre um propinoduto nas vacinas, a morte de mais de 550 mil brasileiros por Covbid-19 e a deterioração da qualidade de vida da imensa maioria da população com números alarmantes de desempregados, desalentados, 33 milhões de pessoas fazendo bico, na informalidade e uma subida real dos preços dos produtos alimentícios e das tarifas públicas.
Nesse quadro de governo ruim sem controle da situação política, Bolsonaro vai ter que abrir o cofre ao centrão, tentar fazer populismo com o dinheiro público, fazendo, por exemplo, uma ampliação Bolsa família ou do auxílio emergencial, fazendo chegar dinheiro na base da pirâmide para evitar perder a eleição no primeiro turno e ampliar sua popularidade.
Mais ainda, Bolsonaro fará força e pode chegar ao segundo turno contra Lula e ir para o tudo ou nada com o argumento de que ou ele vence ou os comunistas tomam conta do Palácio do Planalto. De qualquer forma e em qualquer situação, teremos uma eleição presidencial em 2022, que será acirrada e que ninguém vence por antecipação. O xadrez da política está montado. Veremos o mexer das peças e as próximas jogadas.
