• 8 de maio, 2024 01:37

Governo palestino acusa Netanyahu de ‘enganar o mundo’ ao impor restrições durante Ramadã

ByTarso Araújo

mar 15, 2024

O Ministério das Relações Exteriores palestino acusou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta sexta-feira (15/03), de “enganar o mundo” ao dizer que nenhuma restrição seria imposta para limitar o acesso à mesquita de Al-Aqsa durante o Ramadã, mês sagrado celebrado por muçulmanos com a realização de práticas religiosas, como jejum da alvorada ao pôr-do-sol e orações.

Por meio de comunicado emitido na plataforma X, a pasta disse que Netanyahu deu ao ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, a liberdade de implementar limitações, incluindo o reforço do exército israelense e a instalação de estruturas no local para impedir a entrada de fiéis palestinos.

“Netanyahu enganou o mundo, adotou as restrições de Ben Gvir e o autorizou a implementá-las para evitar o acesso de fiéis a Al-Aqsa”, escreveu na publicação.

De acordo com a emissora catari Al Jazeera, o Ministério pediu à comunidade internacional e aos Estados Unidos uma intervenção efetiva para acabar com as políticas “racistas” e garantir que o direito ao culto seja mantido.

Contrariando Israel, 80 mil fiéis rezam em Al-Aqsa

Segundo a Waqf islâmica, uma fundação que administra o complexo da mesquita de Al-Aqsa, cerca de 80 mil fiéis chegaram ao local sagrado para as orações da primeira sexta-feira do Ramadã apesar das restrições impostas por Israel para dificultar o acesso.

Enquanto isso, outros milhares de palestinos da Cisjordânia ocupada foram impedidos de entrar em Jerusalém, onde há um reforço do exército israelense cercando a mesquita.

Os requisitos impostos por Tel Aviv para a entrada ao local sagrado, a princípio, contemplam somente homens com mais de 55 anos ou mulheres com mais de 50 anos, sendo que todos devem ter uma permissão válida das forças israelenses.

Segundo relatos ouvidos pela Al Jazeera, “há mais seguranças do que fiéis” no acesso ao templo.

“Já fui mandado embora várias vezes. Cada vez, eles verificam nossos documentos como se fôssemos terroristas […] tudo o que queremos é rezar em nossa mesquita de Al-Aqsa. É a oração de sexta-feira. Que Deus nos conceda paciência para enfrentar tudo o que temos que suportar”, afirmou um palestino que não quis se identificar.

Ainda de acordo com a emissora, alguns fiéis que se enquadram nos requisitos demandados pelas autoridades israelenses têm tido acesso negado pelo exército, sem explicações.

“Tenho 62 anos e apresentei meu RG, mas meu acesso foi negado, embora [o exército israelense] tenha dito que aqueles que têm mais de 55 anos podem entrar na mesquita sem uma permissão”, afirmou outro palestino sem identificação.

Fonte: Opera Mundi

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