EDITORIAL
A estranha ida de Carlos Bolsonaro á Rússia numa comitiva que deveria discutir negócios
A viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Rússia foi marcada por momentos grotescos e pitorescos.
No quesito pitoresco a fala do presidente sugerindo que tinha conseguido a paz entre Rússia e Ucrânia. Um gesto deliberado de marketing que terminou com o Brasil numa situação completa de vassalagem do presidente junto aos seus interesses e de seus aliados.
Dentre os momentos grotescos a presença na delegação brasileira do filho de Jair, Carlos Bolsonaro (Republicanos) o vereador que mais parece um ministro da Casa Civil e de Tercio Arnaud um dos apontados como integrante do tal chamado gabinete do ódio que existe para detonar a imagem de adversários políticos de Bolsonaro e aliados.
O Senador da República Randolfe Rodrigues (Rede) pediu então ao Supremo Tribunal Federal uma investigação apurada do caso. A Procuradoria Geral das República já arquivou o caso dizendo não haver crime algum.
Como explicar a ida de um simples vereador do Rio de Janeiro a uma viagem à Rússia e o que ele e a turma do gabinete do ódio foram fazer nas terras de Putin, conhecido no mundo por tentar influenciar processos eleitorais de outros países?
Uma comitiva brasileira se justificaria se fosse para discutir assuntos de interesse do Brasil como na área da economia, do agronegócio ou algo semelhante. A delegação brasileira foi repleta de militares e o gabinete do ódio.
O resultado dessa viagem ainda não foi divulgado ou explicado e fica no eleitor e cidadão brasileiro a sensação de que algo aconteceu. Bolsonaro voltou da Rússia apoiando a invasão da Ucrânia, mesmo que a diplomacia brasileira venha agindo diferente. Defende agora uma luta contra um tal nova ordem mundial progressista capitaneada pelos Estados Unidos e Europa, que parece viraram vilões para o presidente.
Depois de bater continência para a bandeira norte-americana nada como uma boa viagem à Rússia para defender uma cruzada contra os demônios da esquerda. Mesmo assim, o que Carlos Bolsonaro foi fazer na Rússia?