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Centrais sindicais e trabalhadores organizam nova Conclat

ByTarso Araújo

fev 11, 2022

Centrais sindicais e trabalhadores organizam nova Conclat

O movimento sindical brasileiro está se organizando e unindo-se em torno da realização de uma nova conferência nacional da classe trabalhadora que pretende tirar um plano de ação conjunto das entidades sindicais no momento atual do Brasil. A Conclat se dará em abril deste ano e vai reunir centrais sindicais, sindicatos e lideranças de todo o Brasil para retirar um documento que servirá para nortear as ações sindicais no futuro.

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Centrais sindicais trabalham a perspectiva de agenda conjunta e uma conferência nacional dos trabalhadores

Os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros devem se reunir em abril para tirar de forma conjuntura e unificada um documento apresentando ao conjunto da sociedade brasileira as ideias da classe trabalhadora para o Brasil.

Esse é ideia de 10 centrais sindicais que recentemente se uniram para elaborar um documento, uma pauta conjunta de ação e a realização de uma nova Conclat neste ano de 2022.

A ideia é fazer em abril deste ano mais uma edição da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora Brasileira com a participação de centrais sindicais, sindicatos e lideranças sindicais de várias categorias e de todo o Brasil para debater uma pauta e ações conjuntas, além de um documento a ser apresentado aos candidatos a presidente, aos governos e  ao senado federal.

Esse documento vai servir de base de ação e das principais reivindicações acerca da situação da classe trabalhadora brasileira em todo o Brasil.

É certo que os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros vivem hoje em um governo que retira direitos e promove uma política econômica que empobrece o Brasil e ao maioria dos brasileiros.

Basta lembrar que em um documento assinado de forma conjunta pelos presidentes  das 10 centrais sindicais que se unem em torno da realização da Conclat, aponta que “os números comprovam a destruição enfrentada pelo Brasil e pelos brasileiros: hoje, desempregados, subocupados em bicos e pessoas fora do mercado de trabalho, mas que precisam trabalhar, somam 29,1 milhões, ou seja, 25% da força de trabalho brasileira ou está sem emprego ou está no subemprego. 41 milhões de trabalhadores são informais; no setor privado, 1 a cada 4 trabalhadores não tem carteira de trabalho assinada”.

A situação da economia no governo Bolsonaro faz com que os juros subam a dois dígitos e  “116,8 milhões de brasileiros não têm acesso pleno e permanente a alimentos. Desses, 19 milhões passam fome. A morte por Covid já matou mais de 630 mil pessoas, volta a subir e o governo questiona a vacinação de crianças”.

A próxima edição da Conclat será dia 7 de abril em formato híbrido, com eventos presenciais e outros online. A primeira edição da Conclat foi em 1981, em Praia Grande (SP), ainda durante a ditadura. Em 2010, parte das centrais organizou uma reedição no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

 

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Centrais Sindicais convocam novo Conclat 2022 por emprego, direitos, democracia e vida

Abaixo texto assinado pelas centrais sindicais convocando para abril a conferência nacional da classe trabalhadora que vai debater os rumos das lutas sindicais no Brasil. O evento vai se dar em um momento em que o Brasil vive sob um governo de características neofascistas, que vem promovendo a retirada de direitos do povo e o desmonte do Estado brasileiro.

Na esteira da oportunidade e desafio de mudar os rumos do desenvolvimento do país, depois de um longo período de resistência e luta aos ataques sem precedentes impostos por este governo, que ignora e persegue a classe trabalhadora e seus legítimos representantes, as Centrais Sindicais, de forma unitária, convocam trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil para a Conclat 2022 – Emprego, Direitos, Democracia e Vida.

A Conferência Nacional da Classe Trabalhadora será realizada em 07 de abril, no formato híbrido (presencial e virtual), sob todos os protocolos sanitários, em São Paulo capital, com transmissão por TV e redes sociais do movimento sindical. Na conferência, será lançada a Pauta da Classe Trabalhadora 2022, que está em elaboração.

Essa Pauta vai apresentar à classe trabalhadora e a toda a sociedade um conjunto de propostas que espelham o modelo de desenvolvimento necessário para o Brasil gerar empregos de qualidade, crescimento dos salários, proteção dos direitos trabalhistas, combate às desigualdades, proteções sociais e previdenciárias, a defesa da democracia, da soberania e da vida.

Além de propostas, o documento trará as reivindicações do conjunto das Centrais Sindicais para garantir a inclusão e o protagonismo da classe trabalhadora no debate eleitoral e no pós-eleições. Essa Pauta será entregue aos candidatos/as à Presidência da República e ao Congresso Nacional.

As Centrais Sindicais orientarão suas entidades e sindicatos a realizar encontros estaduais e regionais, após a Conclat, para definir ações e propostas locais e, a partir delas, produzir Pauta Unitária local, complementar à pauta nacional, que também será entregue aos candidatos aos executivos e legislativos nos estados, além de articular as ações locais conjuntas. As Centrais Sindicais destacam a importância de iniciativas para eleger lideranças comprometidas com a pauta da classe trabalhadora nas eleições de outubro.

Superar o caos

O objetivo é contribuir para superar o caos instalado no país por um governo que aprofundou o desemprego e a pobreza, aumentou a carestia e a fome, deixando milhões no desalento e abandono, confrontou a ciência e a saúde na pandemia, sabotou vacinas e o SUS. Mais do que nunca, o Brasil precisa de uma Pauta da Classe Trabalhadora que exija o compromisso de mudanças no rumo do desenvolvimento brasileiro, com ênfase nas questões do trabalho, na proteção da vida e no fortalecimento da democracia.

Os números comprovam a destruição enfrentada pelo Brasil e pelos brasileiros: hoje, desempregados, subocupados em bicos e pessoas fora do mercado de trabalho, mas que precisam trabalhar, somam 29,1 milhões, ou seja, 25% da força de trabalho brasileira ou está sem emprego ou está no subemprego. 41 milhões de trabalhadores são informais; no setor privado, 1 a cada 4 trabalhadores não tem carteira de trabalho assinada.

Enquanto os juros sobem a dois dígitos, 116,8 milhões de brasileiros não têm acesso pleno e permanente a alimentos. Desses, 19 milhões passam fome. A morte por Covid já matou mais de 630 mil pessoas, volta a subir e o governo questiona a vacinação de crianças. Não aceitamos e não queremos esse país!

Por fim, ao realizar a Conclat 2022 e oferecer com transparência, democraticamente, à sociedade nossas propostas, reafirmamos nossas convicções de que a consolidação e o amadurecimento da democracia no país passam necessariamente pelo fortalecimento das organizações da sociedade civil e, dentre elas, o maior segmento organizado do povo brasileiro, que são os trabalhadores e as trabalhadoras representados pelas entidades do movimento sindical.

Brasil, 07 de fevereiro de 2022

Sérgio Nobre, presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores
Adilson Araújo, presidente da CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil
Oswaldo Augusto de Barros, presidente da NCST – Nova Central Sindical de
Trabalhadores
Antonio Neto, presidente da CSB – Central de Sindicatos do Brasil
Edson Carneiro Índio, secretário geral da Intersindical Central da Classe
Trabalhadora
Atnágoras Lopes, secretário nacional da CSP Conlutas
José Gozze, presidente da Pública, Central do Servidor
Emanuel Melato, coordenação da Intersindical Instrumento de Luta

Foto: bancariosbahia.org.br

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