• 9 de maio, 2024 04:56

Economia da era Bolsonaro não decola e o desemprego bate à porta dos brasileiros

ByTarso Araújo

ago 20, 2021 #Brasil
Um grupo de empresários e comerciantes do Distrito Federal rdurante ato contra o lockdown em frente à casa do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF). Os manifestantes exibiram cartazes com dizeres “não suportamos outro lockdown”, “governador, o comércio sangra”, “a fome e o desemprego também matam” e entoaram gritos como “cadê o dinheiro?”. Sérgio Lima/Poder360 28.02.2021

Texto de Marcos Leonel. O povo cansou de esperar pelo milagre dos peixes. Carne, arroz, feijão, óleo de cozinha, macarrão, gás de cozinha, gasolina, carteira assinada, moradia, vacina, deixaram de serem itens de necessidade básica e passaram a objetos de desejo e a prolegômenos da distopia tupiniquim. No momento em que a população brasileira foi atirada ao devaneio da fila dos ossos, ela foi promovida ao posto maior de frango assado, que roda untado em óleo de batismo, pronto para saciar a fome dos outros.

Fotografia: Sérgio Lima/Poder360

 

A fé assume a pasta da economia

Em uma reviravolta espetaculosa no submundo das religiões ocasionais a fé dá um golpe na realidade e assume o ministério da economia. Foi preciso mais do que um cabo e um soldado, uma verdadeira patrulha de apóstolos da pilantragem foi acionada por Bolsonaro para viabilizar a tomada do poder econômico. Empurrada goela abaixo dos fanáticos e prometendo torturar os opositores, a fé já apresentou seu plano infalível para tirar o Brasil do poço sem fundo: rezar é a solução.

A decisão nada espirituosa de Bolsonaro assumir a personalidade fajuta do Messias veio em concomitância aos resultados das últimas pesquisas eleitorais em que ele derrete feito algodão doce em boca de banguela, bem como das sucessivas debandadas de investidores e de oportunistas do empreendedorismo da escravidão alheia. Sem sustentabilidade política, devido a sua vagabundagem constante, em que peregrina pelo deserto administrativo, inaugurando obras que não são suas, as pregações de seu estelionato político não têm mais a credibilidade de uma barata em cima de um pedaço de rapadura, que nunca se transformará em pão, para saciar a fome dos brasileiros.

Com o dólar na Hosana nas alturas, com a fome garantida pelos vendilhões do templo, com o povaréu ameaçado pelas botas dos generais, pelo desemprego garantido pelo sinédrio, com a mortandade de quase setecentas mil vítimas fatais pela peste do genocídio e com a traição ao povo brasileiro implementada por Judas, o miliciano das rachadinhas e intermediário das vacinas, com seus bolsos cheios de dinheiro público, o Messias entrou no purgatório para sair de lá com sua nova narrativa bandida, exumada aos dois anos e meio de desgoverno: a culpa é do Congresso que não acelera as reformas para exterminar o povo, a culpa é do PT, dos estados, do Supremo e da imprensa.

O povo cansou de esperar pelo milagre dos peixes. Carne, arroz, feijão, óleo de cozinha, macarrão, gás de cozinha, gasolina, carteira assinada, moradia, vacina, deixaram de serem itens de necessidade básica e passaram a objetos de desejo e a prolegômenos da distopia tupiniquim. No momento em que a população brasileira foi atirada ao devaneio da fila dos ossos, ela foi promovida ao posto maior de frango assado, que roda untado em óleo de batismo, pronto para saciar a fome dos outros. Isso é uma questão de fé: morrer de fome ou ser assassinado pela fome, depende do seu credo, depende de que lado está a bíblia, no altar, debaixo do sovaco ou debaixo da bunda.

Chegou a hora da ressuscitação de Bolsonaro e de seus discípulos comparsas. Acontece que em sua crucificação ele não é nem o bom ladrão, subir aos céus é um milagre impossível. A única ladainha entoada em seu féretro é a mentira própria do maucaratismo. Não existe nenhum milagre que seja capaz de esconder o fracasso retumbante que é Bolsonaro, nem pagando o dízimo. Vender a reza como solução para o Brasil é a mesma coisa que esperar que Hitler venha em forma de Cristo em sua segunda vinda à terra da desolação. Mas quem acredita que a terra é plana, que não houve Holocausto, que não houve Ditadura Militar, que a Educação é coisa de comunista, acredita em qualquer porcaria, até mesmo que Bolsonaro seja o Messias.

Foto: Marcelo Rochas/Bloomberg

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