Se os brasileiros hoje se acham de forma inadvertida espantados com os casos de corrupção que envolvem militares, isso é bom dizer, não é caso apenas para os dias atuais. O tal mito de que militares no governo mantinham tudo em ordem e sem corrupção é só mito mesmo e aconteceram muitos casos de corrupção nesses governos militares, tanto na ditadura (1964-1985), como no governo militar de Jair Bolsonaro (2019-2022).
Em primeiro lugar, se formos falar no governo Bolsonaro seria preciso mais do que uma página do Leia Sempre Brasil para a gente listar os casos de corrupção que envolvem vários ministérios do governo, o próprio presidente e familiares, pessoas próximas ao presidente e assessores, setores militares e até no Ministério da Saúde.
Já na Ditadura de 1964 a 1985 os casos aconteceram, muitos foram encobertos, mas muita coisa veio à tona. Podemos citar casos como o relatório Saraiva, Capemi, Coroa-Brastel, Halles, Delfin, BUC, Lume, Luftalla, Áurea, Atalla, TAA, Dow Chemical, projeto Jari, Petropaulo, Brasilinvest”, entre outros.
O variado cardápio apresentado envolve cobrança de propina em obras de energia; desvios na retirada de árvores secas do futuro lago de Tucuruí; “pedágio” em empréstimo da Caixa Econômica Federal a empresário; irresponsabilidade financeira com intervenção caridosa; superavaliação de bens dados em garantia para empréstimo bilionário; injeção de dinheiro público em empresa falimentar; e assim vai.
“Ao contrário do que se difunde no senso comum, o período de 1964 a 1985 foi fértil em denúncias de ilegalidades envolvendo empresas e o Estado no Brasil”, afirma o historiador Pedro Henrique Campos, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Segundo o historiador, aconteceram vários casos de uso indevido de dinheiro público, o aparelhamento das estatais por amigos dos militares, e empresários eram favorecidos com políticas feitos pelos governos militares.
Para contribuir com esse quadro, esconder as maracutais e ilegalidades os militares usaram instrumentos como a censura contra a sociedade e a imprensa, calaram opositores e partidos de oposição. Sem falar nas torturas e outros crimes mais graves como a morte de opositores dos militares.
Fonte: Brasil de Fato