• 20 de maio, 2024 07:37

A mída corporativa foi a porta-voz do discurso de ódio no Brasil

ByTarso Araújo

fev 25, 2023

Por Tarso Araújo
Editor do Leia Sempre Brasil

O jornal O Estado de São Paulo fez entusiasmado editorial contra o ódio que atingiu o Brasil nos últimos anos. O jornal chega a perguntar de onde saiu tanto ódio que prolifera na sociedade e nas redes socais, e, inclusive no discurso de alguns políticos com ou sem mandato, a ponto de pessoas atacarem os jornalistas do Estadão que estavam cobrindo as chuvas no litoral Norte de São Paulo.

A história é simples. Um grupo de bolsonaristas raivosos atacou os jornalistas do conversador jornal Estado de São Paulo acusando veículo e profissionais e imprensa de serem comunistas.

De onde saiu tanto ódio? Essa é a pergunta do Estadão. Simples: da mídia corporativa brasileira e posso explicar.

Mas antes uma observação. A jornalista e ex-deputada Manoela D’Ávila que agora irá coordenar um grupo de trabalho no Governo Federal no combate ao discurso de ódio e fake news no Brasil concedeu entrevista a um canal progressista (TV 247) e disse que o principal porta-voz do pódio no Brasil é Jair Bolsonaro.

Lógico que Manuela D’ávila pode não querer deixar as tintas com tons mais fortes nessa questão, mas a verdade é que Bolsonaro apenas inflou o discurso de ódio dos grandes veículos de comunicação no Brasil. Ele foi um agente não o porta-voz. Pode ter sido porta-voz nos últimos anos para formar sua agenda política reacionária, fascista e neoliberal na economia, mas contou com forte apoio da grande mídia.
Portanto, a grande mídia é a grande culpada desse discurso de ódio ter proliferado no Brasil.

Para quem é um bom entendedor, temos que voltar um pouco no tempo. No momento do golpe militar de 1964 a mídia corporativa brasileira deu voz aos militares, aos golpistas, aos quem queria derrubar o governo e ajudou a derrubar o legítimo governo de João Goulart e implantar uma ditadura de terror no Brasil. Em seguida, apoiou até onde pôde a ditadura, seus ditadores, governos e encobriu os crimes nos porões da ditadura.

A mídia corporativa com o advento da luta em defesa da democracia logo no início se colocou contra a campanha das Diretas Já e sempre tratou com ataques, desprezo e ódio as lideranças populares no Brasil.

Não esquecer o tratamento horroroso dado a Leonel Brizola que sequer conseguia dar entrevistas quando era governador do Rio de Janeiro.
Sem falar na forma como sempre tratou os movimentos sociais, criminalizando, tratando as manifestações e reivindicações da população como caso de polícia e não de política.

No caso do presidente Lula os exemplos são muitos. Nas campanhas eleitorais a mídia sempre esteve contra Lula protagonizando casos dignos de estudos para que o resto da imprensa não repita em seu cotidiano de erros nas redações.

A capa da Veja ligando Lula a corrupção, a casos de guerrilha, as FARCs e por aí vai. A forma como a grande mídia sempre criminalizou movimentos sociais e sindicais.

No caso da Lava Jato nem precisamos falar muito ou explicar. Transformaram Moro e Deltan Dallagnol em heróis combatentes da corrupção. Comemoraram a apoiaram a prisão ilegal de Lula.

Amigos e amigas têm muito mais a ser falado. Mas a grande mídia é a culpada. Lógico que os fascistas bolsonaristas aproveitaram a onda e utilizaram como ninguém as fake news, inclusive, até hoje tem vários materiais da extrema-direita tendo como fonte a mídia corporativa para atacar reputações, pessoas, movimentos e partidos políticos.

No golpe de 2016 aí é que a fake news comeu de esmola. O discurso da mídia passou a ser a defesa do golpe. Depois veio a aplicação da receita neoliberal que a mídia apoia.

No caso da reforma trabalhista mais e mais editorias defendendo a modernização da nossa legislação, para no fundo desempregar milhões com essa reforma espúria da era Michel Temer.

Exemplos não faltam.

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