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Roberto Cláudio e Ciro Gomes: uma tragédia em dois atos

ByDudu Correia

set 17, 2022

Por Marcos Leonel
Colunista do Leia Sempre Brasil

A fantasmagoria da campanha de desonra do adversário é tão arcaica quanto ineficaz, não constrói capital político e só desconstrói a reputação de quem ataca, feito hiena que sorri traiçoeiramente. A campanha de Roberto Cláudio assume na corrida eleitoral do Ceará, a mesma postura passadista e infame da campanha do seu inventor, Ciro Gomes. As direções de ambas as campanhas parecem engessadas no tempo, que remonta ao auge do coronelismo do século passado em seus primórdios, e não quer enxergar que esse método da era da pedra despolida e despolitizada não funciona, uma vez que Roberto Cláudio e Ciro Gomes despencam para além da força da gravidade.

Se para Ciro Gomes fica extremamente embrulhada a tentativa de difamar Lula, o PT e a esquerda, exatamente pelo seu legado de inutilidade política histórica, bem como pela falta absolutamente vazia de provas em suas acusações chulas, que lembram em similitude o “power point” de Deltan Dallagnol, repleto de desterro moral, para Roberto Cláudio fica muito mais do que pior, sendo a sua candidatura uma deformação política engendrada no ventre soturno da traição. A perfídia da mentira dolosa tem sido a única fundamentação teórica dessas duas campanhas desorientadas e despossuídas de estabilidade.

Ciro Gomes, depois de toda a traição política contra a governadora Izolda Cela, ao irmão Cid Gomes e a Camilo Santana, declarou em uma recente entrevista na rádio CBN de Recife, que não vinha ao Ceará por “tristeza”, pois se sentia “traído” pelas lideranças que ele mesmo criou. De uma vez só, em uma única fala, ele solta a mão da sua invenção política, deixando Roberto Cláudio imóvel, enquanto a caravana passa, como também descarta a importância desse povo cearense ao não ter interesse nenhum de vir ao estado do Ceará, além disso mente sem nenhum constrangimento sobre quem traiu e quem foi traído, justamente sendo ele o pivô de toda a patacoada que ocasionou o rompimento de uma coligação vitoriosa entre Cid Gomes e Camilo Santana, com mais de 15 anos no poder do estado cearense.

É muita pretensão irresponsável no conto do vigário de Ciro Gomes: trair Izolda Cela, companheira de partido, governadora e candidata natural à reeleição, empurrando goela abaixo a ruptura política da parceria, inventando Roberto Cláudio como líder em pesquisas, quando na realidade o seu fracasso como presidenciável paralisado eternamente entre 9% e 3%, jamais teria poder de emplacar qualquer nome que fosse, estando esse nome fora do universo político da coligação Cid e Camilo. O inusitado nessa situação mais grosseira do que burlesca é Roberto Cláudio comprar a própria candidatura falida, o que configura uma cascata de amadorismo político e ardilosidade coronelista, impregnadas com o cheiro de naftalina impotente para afugentar insetos.

Enquanto Roberto Cláudio se encontra atacando covardemente Izolda, Elmano, Camilo, Lula e o PT, ao mesmo tempo que apresenta propostas de governo que ele nunca nessa vida praticou em seus mandatos como prefeito incompetente, Ciro Gomes enfrenta o descaso e o descarte de correligionários partidários, que resolveram apresentar publicamente um manifesto assinado, repudiando a postura detratora de Ciro, aditivada pelo ódio vingativo individual do candidato do PDT contra Lula. O manifesto assinado, dentre outros, por Gabriel Cassiano, Junior Leandro e Betinho; André Luan, Vinicius Dino Leonel Brizola Neto, ladeados por vários membros históricos, tem como foco o apoio a Lula e a devida desconstrução da saga particularizada de Ciro Gomes, um político transformado em cabo eleitoral de Bolsonaro.

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