• 19 de maio, 2024 17:03

Bolsonaro inicia sua promissora carreira de condenado

ByDudu Correia

set 2, 2022

Por Marcos Leonel

O Tribunal Permanente dos Povos condena Jair Bolsonaro por crimes contra a humanidade. O tribunal é simbólico e não existe de fato uma punição jurídica, ainda não é dessa vez que a cadeia sorri para o chefe do clã teocrático brasileiro. Mas o TPP tem muita força e influência na jurisprudência internacional, uma condenação como essa abre caminho para outras providências jurídicas de fato e de direito.

A condenação simbólica dessa quinta-feira, primeiro de setembro, proferida pelo jurista argentino Eugénio Raúl Zaffaroni, que disse entre outras coisas: “Não há dúvida que milhares de vida foram extintas [no Brasil] por efeitos das decisões do governo presidido por Jair Bolsonaro. (…) não se pode considerar que esse dolo foi eventual, uma vez que houve o resultado das mortes em massa com a intenção de privilegiar a economia em detrimento da vida humana”. Fora o cinismo canalha de imitar uma pessoa morrendo sem fôlego.

Essa condenação simbólica é uma espécie de marco cronológico das patifarias da família, uma vez que da Comissão Parlamentar de Inquérito do genocídio para cá, muitos escândalos de corrupção e golpismo entraram para a conta da vergonha nacional, sendo as últimas mais recentes, dentre outras, o escândalo dos pastores e bispos ladrões, com o requinte da confissão espontânea do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, preso pela Polícia Federal e solto pela seboseira judicial, afirmando para todos os fiéis tementes ao deus das milícias evangélicas, que tudo foi apadrinhado por ele, Bolsonaro.

Vale ressaltar ainda o descalabro com o dinheiro público com o pagamento acima de cem mil reais de salário a mais de 1600 militares aquartelados em seu governo, com alguns ganhando mais de R$ 900 mil por mês, de forma ilegal, claro. Em paralelo a essa compra de patentes, a reunião com embaixadores já virou relíquia histórica do poder Judiciário, está em um pedestal, em uma ala inteira dedicada a todos os heróis que ousaram mijar na cabeça do povo brasileiro, sem serem importunados jamais, exatamente pela grandeza miserável da decadência moral. Um feito desse vira fetiche para qualquer pilantra que esteja sem pudor no poder público.

Saltando episódios escabrosos e não menos importantes, mas por questões de espaço, se não vira um compêndio de mil páginas, chega-se aos rastros facínoras dos empresários golpistas, que num grupo de watts prometiam financiar uma ditadura militar após a vitória de Lula, com direito a falas de Augusto Aras, inexplicavelmente não publicadas por Alexandre de Moraes, escondido atrás da cortina. Por último, por ser o mais recente e não por ter a pecha do encerramento, vem o latifúndio imobiliário da família Bolsonaro, uma coleção absurda de suspeições canhestras, que já ganhou a relatoria do ministro terrivelmente evangélico pastor André Mendonça, que já pediu vistas em mais de vintes processos contra Bolsonaro, o que também é muito simbólico.

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