• 20 de maio, 2024 01:00

A trégua forçada pela natureza com o coronavírus.Por Bernardo Melgaço

ByTarso Araújo

jan 28, 2022

A trégua forçada pela natureza com o coronavírus

Prof. Dr. Bernardo Melgaço da Silva

Cientista e Iogue da Prema Yoga de Sathya Sai Baba

Em 1994 (+/-) nessa época eu comecei meu doutorado na COPPE/UFRJ. Naquela época eu frequentava um grupo de pesquisadores na Engenharia de Produção. Meu ex-orientador de mestrado era o professor (Dr.) Roberto Bartholo, e ele  estava envolvido com Projetos Sociais/Incubadoras de Cooperativas. Ele e outros pesquisadores decidiram criar uma Conferência para discutir o impacto  da vida moderna no meio ambiente. Eles então planejaram o evento para que todos os pesquisadores do Brasil pudessem participar através de artigos científicos. O Evento teve o BNDES como um dos financiadores e parceiros da COPPE/UFRJ. Eu como circulava pelos corredores da  UFRJ e gostava de acompanhar as iniciativas do Prof. Bartholo , decidi escrever e enviar para análise um artigo meu inedito.

O meu artigo científico foi selecionado e aprovado pela Comissão Organizadora.

Esperei e me preparei intelectualmente para expor no Mural do Evento o meu artigo de uma página e meia.

O artigo era na verdade uma dura crítica ao homem moderno devido à poluição e destruição do meio ambiente. De maneira que no dia do Evento no intuito de receber críticas e ler/ouvir os artigos dos pesquisadores/palestrantes, cheguei 1 hora antes para organizar o meu texto no Mural e pegar o crachá. A sala onde estavam os Murais era bem grande e lotada de estudantes, professores, pesquisadores etc. Eu fiquei um bom tempo circulando por perto do meu Mural na expectativa de trocar experiências e esclarecer/tirar dúvidas sobre o conteúdo do meu texto crítico acadêmico.

Num dado momento se aproximou de mim um rapaz que achei que era um estudante universitário. Ele olhou, parou e leu meu texto. Em seguida ele perguntou: “Você é o autor desse artigo científico?”. Eu disse: “Sou eu mesmo..por que?

Ele olhou para mim e me repreendeu dizendo: “Quem é você para fazer uma crítica tão dura ao homem moderno e sua cultura tecnocientifica?”.

Eu fiquei constrangido com a aspereza e ameaça com a voz bem alta e a sua fisionomia transtornada. Eu procurei evitar um bate boca porque ele estava alterado psiquicamente, e procurei imediatamente sair de perto dele.

Hoje, após mais de 26 anos eu vejo quanto eu estava a frente do meu tempo. O planeta sinalizou para o homem, através do coronavirus que tudo tem um limite. O mundo não será mais o mesmo depois do COVID-19. Teremos que repensar nossa civilização tecnocientifica-capitalista. Novos paradigmas e valores terão que surgir para um equilíbrio entre o homem e a natureza. A espiritualidade precisará ser companheira da ciência na nova jornada de desafios que teremos pela frente. Um pensador do século  XX afirmou: “O próximo século será espiritual, ou então não será (nada agradável)!!!”]

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