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Morre um perfeito idiota. Por Marcos Leonel

ByDudu Correia

jan 26, 2022

Por Marcos Leonel

Mais um negacionista prova o poder da pandemia “fictícia”. A fonte da idiotice brutalizada do bolsonarismo morre sem provar que a terra é plana, que células de bebês abortados adoçam a Pepsi, que o vírus chinês foi um plano de controle comportamental, e por ironia do destino não pode provar para si mesmo que: “O medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente de Papai Noel”, pois morreu devido às complicações da Covid-19. Em entrevista à BBC News Brasil, em maio de 2020, ele disse sobre a cloroquina: “O nível de cura é imenso. No Brasil, o sucesso da cloroquina está mais do que comprovado”. Ao que parece ninguém levou a cloroquina brasileira para ele, morreu nos Estados Unidos, sem permitir que Bolsonaro comprovasse a “imunidade de rebanho” ou a eficácia do “tratamento precoce”.

Olavo de Carvalho foi criado no laboratório pernicioso da imprensa mais sebosa do que corporativa. Ele é cria direta da família Marinho, dona do complexo Globo, que sempre defendeu a escravização do povo brasileiro, contribuindo sistematicamente com a produção de considerável lixo de alienação tóxica. Luís Costa Pinto narra no terceiro livro da sua trilogia, “Trapaça: Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro”, ainda no prelo, que foi João Roberto Marinho que autorizou o editor da revista Época, Augusto Nunes a demitir o colunista Franklin Martins e colocar em seu lugar o “filósofo” Olavo de Carvalho. Franklin Martins é um jornalista de esquerda progressista e propagava essas ideias em sua coluna, Olavo de Carvalho sempre defendeu ideias da extrema direita, chegando a defender teses estapafúrdias de que a inquisição não existiu, pois foi uma criação ficcional do protestantismo, e que o holocausto aconteceu por culpa dos judeus. De forma abirobada, Olavo de Carvalho defendeu em livro que os judeus fazem parte de um Consórcio, uma organização “globalista”, formada por grandes capitalistas e banqueiros internacionais empenhados em instaurar uma ditadura militar socialista no mundo.

Antes de se tornar o guru da bandalheira em governo, ele foi astrólogo e vendeu prognósticos a incautos, depois declarou que existia alguma coisa de verdadeiro na astrologia, mas que ele não sabia exatamente o que era. Na verdade, ele nunca soube nada sobre qualquer coisa, nem exatamente e nem inexatamente. Era um pulha de plantão. Foi a fonte da famigerada agenda ideológica bolsonarista, que defende o racismo, a quebra dos direitos humanos, a cruzada contra o comunismo, a abominação ao homossexualismo, o controle e perseguição a professores e professoras em sala de aula, levanta a bandeira contra o aborto e o feminismo, bem como desconhece os direitos de indígenas e quilombolas. Tudo isso embasado em diversas teorias da conspiração, escritas em linguagem chula, grosseira e pornográfica, com obsessões explícitas de falo e de anus, uma coisa mal resolvida que ainda irá constranger em demasia os imbecilóides leitores de sua obra, não pela liberdade de expressão, mas pelo intenso teor patológico de psicopatia.

Confortavelmente Olavo de Carvalho foi acolhido pela imprensa corporativa, uma vez que defendia os dogmas neoliberais de fortalecimento dos ricos e aniquilamento dos pobres, sem dó e nem piedade. Escreveu na Folha de São Paulo e O Globo, bem como teve espaço garantido no Jornal Nacional e Globo News. Foi amigo e parceiro de várias figuras arrependidas, como Reinaldo Azevedo, por exemplo. Já gozou de respaldo intelectual entre habitantes das órbitas das elites facínoras. Hoje ele integra a vergonha nacional que contemporaneamente defendeu ou ainda defende Moro e a família Bolsonaro, incluindo aí velhos expoentes dessa corrente das privatizações e das reformas, como Mirian Leitão, Merval Pereira e Alexandre Garcia. Olavo de Carvalho é a tradução perfeita para a imbecilidade: questionou verdadeiros filósofos, como Kant, Sartre, Gramsci, Marx, Nietzche, e Hegel, apenas munido de teorias da conspiração, feito um palhaço empoderado pelo riso das elites. Foi mais cômico do que trágico.

No governo Bolsonaro ele emplacou peçonhas como Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Ricardo Vélez (Educação) e Abraham Weintraub (Educação). Depois do fracassado golpe militar do dia 7 de setembro de 2020, o olavismo foi se esvaindo na bolsa de colostomia da governança bolsonarista. Olavo de Carvalho disse que Bolsonaro era frouxo, que não tinha a decência de um verdadeiro golpista ditador. Olavo mandou Bolsonaro enfiar uma condecoração no monossilábico. Allan dos Santos e outros capachos da idiotice seguiram juntos e foram devidamente descartados por Bolsonaro, que agora não sabem mais o que lamber no mito. Mas Bolsonaro mandou um recado para a ala dura da agenda ideológica: reconhecerei em morte!!! Nunca Bolsonaro decretou um dia sequer de luto oficial pela morte de mais de 625 mil vítimas da pandemia, nem mesmo das crianças que fazem parte dessa nefasta estatística. Mas declarou três dias de luto oficial pela morte do guru das iniquidades. É bem capaz do gabinete do ódio se sentir estimulado mais uma vez com essa atitude abnegada do presidente que governa em família e criar uma nova teoria da conspiração de que Olavo foi vítima do comunismo viral.

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