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Por Eunício Oliveira,
Presidente do MDB Ceará, ex-ministro e ex-presidente do Congresso Nacional
No ano em que completamos 15 anos da Lei Eunício Oliveira, ação que já renegociou as dívidas de mais de 1 milhão de famílias de agricultores, uma triste notícia assombra os nordestinos: a possibilidade de que o controle do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) seja entregue para a Caixa Econômica Federal. Na prática, o BNB poderá se tornar uma subsidiária da Caixa.
Essa poderá ser uma das ações mais drásticas do governo federal, uma atitude por mera politicagem que culminará no fim de uma vasta gama de serviços prestados à população com números que impressionam.
Em 2020 o BNB investiu quase R$ 40 bilhões aqui no Nordeste, sendo R$ 8,4 bilhões no Ceará. Foram realizadas mais de 1,6 milhão de operações de crédito em nosso Estado, especialmente no Crediamigo com 1,54 milhão de contratações, apoio que deu fôlego aos pequenos e médios empreendedores que enfrentavam a pandemia e contribuiu pra recuperação econômica da região.
Me causa estranheza e muita revolta que os sonhos de nossos irmãos agricultores sejam desprezados, tendo a atuação do BNB sido fundamental no fortalecimento da economia do nosso Nordeste e por consequência do Brasil.
Da industrialização da região passando pelo Crediamigo que apoiou inúmeros pequenos negócios, estimulando o empreendedorismo, o BNB faz parte da nossa história e só ele tem a expertise para melhor aplicar o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste- FNE.
Como cidadão cearense e nordestino considero um desserviço ao nosso povo o desmonte do maior banco de desenvolvimento regional da América Latina, um instrumento essencial no fomento de políticas públicas que combatem à desigualdade em nossa região.
Artigo publicado originalmente no jornal O Povo