• 19 de maio, 2024 16:11

Inveja x objeto de desejo. Por Bernardo Melgaço

ByTarso Araújo

jan 7, 2022

Bernardo Melgaço da Silva

Professor e escritor

 O único “animal” que sente inveja do outro é o ser humano. A inveja tem uma relação com tudo que é passível de se transformar em objeto do desejo: corpo bonito, inteligência fora do normal, casa bonita e grande, carro novo, celular de última geração, filhos maravilhosos, família estruturada, bom emprego, bom salário, prêmio da loteria etc. Até um bum-bum bem durinho e empinado causa inveja. Então, a vida moderna é um teia de desejos interligados e interconectados. Na maioria das vezes esses desejos são produzidos inconscientemente.

Assim, como existem muitos objetos de desejos da mesma forma existirão indivíduos invejosos na mesma proporção da criação dos objetos de desejos. O olhar de um invejoso drena a energia do objeto invejado. Por isso, a sociedade se torna um campo de batalha porque a inveja é um impulso daquele que se sente impotente de conquistar seu objeto de desejo de forma lícita e honesta. Isso acontece no nosso círculo de amizade ou mesmo no círculo familiar. A inveja pode causar tragédias incalculáveis tais como: roubos, assassinatos, sequestros, falsidades, fofocas, desavenças, crises conjugais etc.

Não existe remédio para a inveja. A única solução para o problema é o caráter aperfeiçoado. O único “objeto” que não pode ser invejado é o caráter porque é invisível aos olhos da razão humana. Nunca vi alguém invejando o caráter do outro. O caráter é um “ouro” que tem um valor invisível que nunca poderá ser comprado, negociado ou trocado. Por isso mesmo, Platão há mais de 2000 anos afirmou: “o ouro e a virtude são dois pratos de uma mesma balança”. Entendo, que a expressão virtude significa aqui caráter!

Nesse contexto, a vida moderna em nada mudou em relação aos nossos ancestrais. Viver imerso nesse campo de energia e consciência é um desafio para quem deseja evoluir espiritualmente. “Quem nunca invejou que atire a primeira pedra”. Infelizmente a nossa educação moderna não tem poder para reformar o caráter das pessoas porque ela mesma é um instrumento de criação de objetos de desejos multiplicados ad infinitum.

Fale com o autor:  bernardomelgaco@gmail.com

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