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Um presidente inútil e que atrapalha o Brasil em sua luta por desenvolvimento e cidadania. Por Marcos Leonel

ByTarso Araújo

dez 31, 2021

UM PRESIDENTE INÚTIL E QUE ATRAPALHA O BRASIL EM SUA LUTA POR DESENVOLVIMENTO E CIDADANIA

POR MARCOS LEONEL

“…Hein Bolsonaro, que safadeza?! … Vocês são uns canalhas! Canalhas! Agora manda me prender! …Canalha! Canalha! Mil vezes canalha! (Bolsonaro), estou chamando você e Magno Malta, de canalha!”. É assim que berra e urra Jackson Villar, em vídeo que circula nas redes sociais, desde ontem pela manhã, faltando dois dias para acabar o infame ano de 2021. Jackson Villar é um arrependido aliado de Bolsonaro. Foi ele um dos organizadores das motociatas do inútil em São Paulo. É ele ligado diretamente a Silas Malafaia, são irmãos de negócios bíblicos. São os dois iguais a Magno Malta, pastores de uma espécie de ovelhas só encontradas no dízimo e em velhas arapucas estelionatárias da fé, bem semelhantes às arapucas semeadas pelo estelionato político de Bolsonaro. São espelhos que se convergem.

 

Jackson Villar se encontra estarrecido pelo escárnio cínico de Bolsonaro, que prolonga suas férias de governança nunca assumida, que se banha nas águas paradisíacas do mar de Santa Catarina, enquanto mais de setenta municípios da Bahia lutam contra as águas infernais das cheias, enquanto milhares de famílias perdem filhos, parentes, pertences e dignidades. Essa é a dicotomia que existe na concepção bolsonarista: para que exista o céu das almas sebosas é preciso menosprezar o inferno da realidade brasileira. Esse é o evangelho escrito pelo maucaratismo e interpretado em orações de pura pilantragem. O povo brasileiro já seria muito castigado por esse desdém macabro se não fora uma intensa jornada de crimes contra essa nação em três anos que se completam em seus três últimos dias. São sequências hediondas. São valas sepulcrais onde jazem de forma rota, o que antes era pertencimento e honra.

 

O jornal “Estadão” levou três anos para reconhecer que Bolsonaro é vagabundo. A imprensa corporativa também é vagabunda. Em editorial, não de mea culpa, mas de culpa inteira, o mesmo jornal de outro editorial intitulado “Uma escolha muito difícil”, em que Bolsonaro foi escolhido e acolhido fartamente em demagogia e mágica moral, agora vem a público afirmar que: “Há duas razões para esse comportamento: a baixa estatura moral e intelectual de Bolsonaro para exercer a Presidência e sua notória inapetência para o trabalho. O resultado de três décadas de irrelevante vida pública revela que Bolsonaro nunca gostou do batente. A ascensão à Presidência não parece tê-lo feito mudar de ideia”, diz o discurso atual do jornal O Estado de São Paulo. Não tenha dúvidas que esses três anos de atraso nem se comparam com as décadas enfileiradas de atraso eterno em que o país vem sendo jogado pelos interesses da imprensa corporativa, que hoje chama de vagabundo, o vagabundo que ela elegeu, da forma mais vagabunda possível. São espelhos que se convergem.

 

Simone Tebet disse que “ninguém podia imaginar uma gestão tão ruim”, ao se referir ao antro de criminalidades do governo Bolsonaro. Do outro lado da margem da inocência infantilóide e intencional da política brasileira, Ciro Gomes constatou que não vivemos em uma democracia. Três anos depois. Como só três anos depois os arrependidos se amontoam feito um barco de honestos que flutua acima de um mar de ratos abandonados. Bem antes das lágrimas da cumplicidade molharem a terra brasilis com sua infertilidade desavergonhada, as mais de seiscentas e vinte mil vítimas da pandemia já haviam sofrido o desprezo criminoso do governo. Bem antes das chuvas da Bahia molharem a vergonha nacional, Bolsonaro já havia imitado, de forma vil, frente ao seu chiqueirinho, uma vítima da covid-19 morrendo sem fôlego. Nesse período anterior à tragédia das cheias, o canalha de Jackson Villar e o vagabundo do “Estadão”, já havia dito que não era coveiro, que o país devia deixar de ser um país de maricas, desdenhando da morte e da tragédia das famílias aniquiladas.

 

Quando as pessoas passaram a vasculhar caminhões de lixo em busca de restos de comida, não houve arrependimento da mídia corporativa, ela apenas noticiou o episódio como um espetáculo da miséria crônica, sem se olhar no espelho da decadência moral, fazendo de conta que a convergência da canalhice não fosse matéria já publicada pela imprensa progressista. Da mesma forma que os portadores de patifaria crônica não traçam paralelos entre as pessoas que disputam ossos e as fardas que degustam filé, camarão, salmão e safadeza disciplinada, não existem paralelos factíveis entre aqueles que inventaram o esperma que criou esse monstro, pois são eles que bancaram e bancam todo esse processo de extermínio do humanismo e da democracia, que por hora pauta o sofrimento do povo brasileiro. O que mais chama a atenção nessa podridão da vida pública brasileira, não é a facilidade que Bolsonaro tem em ser o pior, entre os piores brasileiros. O que mais chama a atenção é a facilidade como os espelhos da impunidade se convergem.

Foto: Anderson Riedel/PR

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