• 19 de maio, 2024 19:50

É folia de Reis na chegança do ano de 2022. Por Íris Tavares

ByTarso Araújo

dez 31, 2021

O VERBO FEMININO

POR ÍRIS TAVARES

É FOLIA DE REIS NA CHEGANÇA DO ANO DE 2022

Salve o Vale do Cariri cearense, mais precisamente os municípios que se localizam no sopé da Chapada do Araripe, assim como aqueles que estão no verdejante caminho que adentram a primeira floresta nacional do Brasil. Ali a folia de reis já tomou conta das ruas e trilhas desse mundo mágico dos brincantes. Alguns podem indagar: mais o que é a folia de reis? Trata-se de uma manifestação cultural muito expressiva, ao resgatar a tradição dos três Reis Magos, Gaspar, Melchior (ou Belchior) e Baltazar que fizeram uma longa travessia, orientados pelo rastro brilhoso e incandescente de uma estrela que os guiava, sendo essa a primeira bússola que se sabe desde os tempos mais remotos na história da humanidade. Os reis haviam deixado seus reinos longínquos em busca de uma criança que o profeta declarou que seria o rei dos reis de todos os reinos da terra. Os reis negros que foram adorar o Menino Deus acreditavam na realeza, na divindade e na imortalidade. Ouso dizer que os Reis Magos de Jesus eram movidos pelo amor, pela crença num mundo fraterno e justo onde a solidariedade pudera ser a liga essencial da aliança e da governança entre os diferentes povos.

O tempo é um hiato e o presente mesmo com toda essa fartura dos inventos tecnológicos não conseguiu arrefecer a nossa necessidade de seres incompletos, inacabados, cuja origem está atrelada a nossa ancestralidade, primeira e única governança que nos torna seres especiais. A nossa chegança ao ano de 2022 está carregada de descobertas, de dores, de erros, de cuidados e de acertos, porém precisamos melhorar enquanto filhas e filhos da terra, precisamos nos dedicar mais a coletividade, ao trabalho em comunhão, cultivar o pensamento comunitário, viver em solidariedade com tolerância as diferenças, pois a diversidade e a pluralidade fazem parte desse vasto hemisfério humano que nos cerca. Edgar Morin nos adverte “Devemos aprender a navegar em um oceano de incertezas”.  Quando nos deparamos com a retrospectiva de um ano para outro percebemos que os passos incertos marcaram o caminho da destruição que tem avançado sobre todos nós. A pergunta que não cala.  Por que desistimos de humanizar a terra? Por que degradamos a natureza? Por que abdicamos da nossa identidade? Por que nos desconectamos da mãe terra?

São tantos abusos desde os potentados reinados, da acumulação de riquezas, da escravidão, da exploração da mão de obra, das guerras, da manipulação da fé, do negacionismo, do fascismo, “Da força da grana que ergue e destrói coisas belas. Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas”.

O ano que chega traz consigo uma importante agenda sobre o destino político e social do povo brasileiro e exige de cada um de nós, profundas reflexões. Os pobres são a maioria da população, também são a maioria do eleitorado brasileiro. São eles os que mais sofrem pelo descalabro do desgoverno do inominável. São o maior percentual na estatística de óbito pela Covid-19. É a população que voltou a contabilizar no Mapa da Fome. São as negras/os, indígenas, Povos e Comunidades Tradicionais (PCT), juventudes do campo e cidades, assim como os demais movimentos sociais que estão na mira do desmonte e da negação das políticas públicas.

Estaremos nas fileiras do levante popular e democrático, pelos direitos humanos, em defesa das liberdades e pela alforria dos povos originários e das trabalhadoras/es que constroem os pilares da riqueza da nossa pátria libertaria. Seguiremos com LULA 13 e derrotaremos o inominável e seus asseclas.

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