• 18 de maio, 2024 10:59

A gargalhada do nazismo. Por Marcos Leonel

ByTarso Araújo

out 22, 2021

Por Macos Leonel/Coluna Fala Leonel

Publicada semanalmente no jornal Leia Sempre

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A gargalhada do nazismo

 Quando Flávio Bolsonaro replica a gargalhada que seria a do seu pai diante do relatório final da CPI do Genocídio, ele finca ainda mais as bases do nazismo na sociedade brasileira. No mesmo dia da entrevista coletiva do filho numerado do pai que desgoverna em família, nazistas invadem a câmara de vereadores de Porto Alegre, em protesto violento contra a votação de um passaporte de vacina. No mesmo dia a câmara de vereadores do Rio de Janeiro derrota uma proposta apresentada por Carlos Bolsonaro, também contra a criação de um passaporte de vacina.

O próprio chefe do clã, mesmo tendo contra si uma gigantesca investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito, que o enquadrou em uma gravíssima lista de crimes por sua atuação odiosa durante a pandemia, pandemia essa que ainda não terminou, continuou fazendo propaganda do “Kit Covid”, além de fazer campanha ostensiva contra a vacinação. Incluindo aí a sua vergonhosa participação na conferência da ONU, em que mentiu descaradamente sobre diversos assuntos, enquanto cuspia na dignidade dos brasileiros, ao se apresentar como o único chefe de estado que negou a vacinação e que por isso foi impedido, como um ser primitivo, de entrar em diversos lugares.

Se de um lado a narrativa nazista é ostensiva no episódio de agressividade física e mental na câmara de vereadores de Porto Alegre, do outro lado a narrativa da câmara de vereadores do Rio de Janeiro sofre a manipulação do discurso, sendo a contrainformação uma tentativa de travestir a postura nazista do genocídio usando o próprio nazismo. No texto apresentado para contrariar o decreto do prefeito Eduardo Paes, Carlos Bolsonaro escreve sua suástica reversa, comparando a exigência de comprovante vacinal para a entrada em determinados locais de uso público: “àquelas impostas aos judeus de áreas anexadas pela máquina nazista durante os anos da 2a Guerra Mundial”.

Essa postura nazista recorrente no cotidiano e nas rotinas do clã Bolsonaro não é novidade nenhuma, há muito tempo. Ninguém foi engando quanto ao recrudescimento do nazismo no entre pernas da sociedade brasileira. A imposição de um governo militarista, estupendamente arcaico e corrupto, também não foi engano nenhum. Com o correr dos dias da história contemporânea brasileira ficou impossível desatrelar as forças armadas da armação bolsonarista. A contiguidade do nazismo é um corredor comum onde trafegam autoridades públicas e personagens privadas, sendo que no final dele existe uma vala de despejo, em que reside lá uma latrina chamada Brasil.

A sabotagem escandalosa do oxigênio em Manaus, sob a direção da mais grosseira logística de extermínio do general Eduardo Pazuello, gerou mangofas oficiais do patife em chefe, quando ele imitou, gargalhando, uma pessoa morrendo por asfixia por complicações da Covid-19, posto ele diante do seu chiqueiro particular, o famoso cercadinho. Já a pesquisa ilegal encomendada a Prevent Senior, para legitimar a “eficácia” do “tratamento precoce”, fazendo experiências letais com idosos, gerou a versão em simulacro dos campos de concentração nazistas. As dores das famílias dessas vítimas sofrem agora a tentativa de silêncio imposto pela zoada macabra da gargalhada de Flávio Bolsonaro.

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