• 20 de maio, 2024 02:19

Representante da Davati confirma reuniões com integrantes do governo e militares e fala em comissionamento na compra de vacinas

ByTarso Araújo

jul 15, 2021

Um dos representantes comerciais da empresa norte-americana Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, confirmou hoje à CPI da Pandemia que esteve no Ministério da Saúde em 12 de março de 2021, acompanhado pelo cabo da PM Luiz Dominghetti, pelo reverendo Amilton Gomes e pelo coronel Helcio Bruno, da ONG Força Brasil.

Lá, eles se encontraram com os coronéis Pires, Boechat e Elcio Franco, braço-direito do então ministro, general Eduardo Pazuello.

Afastados de seus cargos originais no governo, o coronel Elcio Franco agora assessora o presidente Bolsonaro no terceiro andar do Palácio do Planalto e o general Pazuello é secretário de Estudos Estratégicos.

No depoimento, Cristiano disse que Dominghetti falou em “comissionamento” na negociação de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. O “grupo do Blanco” receberia “comissionamento” pelas vacinas. É uma referência ao tenente-coronel da reserva Marcelo Blanco.

“A informação que veio a mim, vale ressaltar isso, não foi o nome propina, tá? Ele usou comissionamento. Ele se referiu a esse comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Blanco e da pessoa que o tinha apresentado ao Blanco, que é de nome Odilon”, contou Cristiano.

Cristiano informou que dois grupos atuavam no Ministério da Saúde: o do ex-secretário-executivo Élcio Franco e o de Roberto Dias, do qual fazia parte o coronel Blanco.

“Havia dois caminhos dentro do ministério, um era via Élcio Franco e um era via Roberto Dias. E um não sabia do outro”, contou.

Cristiano Carvalho explicou que houve uma tentativa de driblar o grupo de Roberto Dias.

“O caminho que ele [Dominghetti] tentou via Roberto Dias aparentemente não prosseguiu por conta de algum pedido que havia sido feito e que chegou a mim como do ‘grupo do Blanco’. Paralelamente, foram falar diretamente com o secretário Élcio Franco no intuito de driblar essa resistência por parte do comissionamento. O que senti do Élcio Franco foi que não tinha conhecimento algum do que o Roberto Dias estava tratando”, contou.

Cristiano disse que não é o único representante da Davati no Brasil e deu à CPI o nome de outro representante, que também teria tentado negociar a venda de vacinas ao Ministério da Saúde.

Ele também revelou que a empresa da qual é um dos representantes enviou proposta da venda de 2 milhões de doses da vacina da Janssen por U$ 2 bilhões, em carta dirigida ao coronel Elcio Franco.

Na sequência do depoimento, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) lembrou que o Instituto Força Brasil, do coronel Helcio Bruno, que atuou como intermediário para dar acesso a integrantes do governo, patrocina o site Crítica Nacional, investigado tanto na CPI das Fake News quanto no inquérito das ameaças à democracia, que corre no STF.

Fonte: No site Viomundo

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