• 19 de maio, 2024 23:41

Servidores do Crajubar mobilizados podem entrar em greve

ByTarso Araújo

fev 28, 2023

As campanhas salariais de 2023, nos municípios de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha, têm revelado verdadeiros embates entre sindicatos e prefeituras. Além de reajustes, questões ligadas a condições de trabalho e assédio também estão em discussão. Sem resolução nos diálogos entre as partes, os sindicatos já iniciam movimentos grevistas.

Na quinta-feira (23), em assembleia com servidores, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Crato (SINDSMCRATO) decretou estado de greve no Município. Segundo a presidente, Denise Pinheiro, serão realizados atos e movimentos com paralisações esporádicas, até que o prefeito Zé Ailton Brasil (PT) reveja a proposta.

Na última reunião entre Prefeitura e Sindicato, dia 16 de fevereiro, o prefeito apresentou proposta de 5,93% linear, com exceção dos agentes de saúde e endemias, além dos professores. O sindicato propõe 5,93% mais 1,49% de ganho real, totalizando 7,42%. Outro ponto divergente é a proposta para o reajuste do Piso do Magistério, de 14,95%, a mesma estabelecida pelo Ministério da Educação, mas dividida. Seria a metade em fevereiro e a outra em setembro. A representante do sindicato disse que a proposta não foi aceita, por ocasionar perdas aos professores. Denise aponta, ainda, denúncias de assédio moral e falta de condições de trabalho, além de desvalorização ao servidor.

O prefeito Zé Ailton observa que não será irresponsável com as finanças do Município, com relação aos reajustes, e garantiu desconhecer a existência de casos de assédio e falta de condições de trabalho. Ele citou reformas e melhoramento em várias unidades de setores da administração. O procurador-geral do Município, Renan Xenofonte, disse que a gestão repudia qualquer tido de assédio a servidores. Mas,
pediu que o sindicato seja mais específico nas denúncias, que sejam feitas de forma fundamentada para que a gestão tome providências.

Em Juazeiro, o Sindicato dos Servidores Públicos (Sisemjun) prepara mobilizações com atos públicos. As negociações com a gestão do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) também esbarram na Lei de Responsabilidade Fiscal. A Procuradoria do Município garante que os
canais de negociação continuam abertos, mas que o Município não pode atender as reivindicações e ficar inadimplente. A Prefeitura apresentou uma proposta linear de 5,93% como reposição da inflação, que não foi aceita pelo Sindicato. O prefeito Glêdson revela que o
Município está com 53% de gastos com folha e alerta que ultrapassar os 54% significa ficar impedido, inclusive, de receber verbas.

Glêdson anunciou o reajuste 14,95% do Piso do Magistério, mas o sindicato reclama aplicação imediata. O projeto está na Câmara. Entre as medidas adotadas pelo sindicato, está a criação de uma comissão para visitar as escolas do Município. A ideia é ouvir professores e funcionários sobre problemas e carências de ordem administrativa. Para a gestão, é apenas uma forma de pressionar.

Em Barbalha, a insatisfação com a gestão do prefeito Guilherme Saraiva é pela ausência de uma mesa de negociação. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores (Sindmub), Marciano Santos, não há respostas do Município às pautas apresentadas. Ao Sindmub, a Procuradoria disse que o reajuste está sob análise técnica e será apresentada em breve pelo prefeito. Em janeiro, o prefeito Guilherme anunciou um reajuste ao Piso do Magistério de 16%, acima do proposto pelo MEC. Mas, com a ausência de proposta para as demais categorias, o presidente Marciano não descarta a decretação de um movimento grevista.

Publicado no Jornal do Cariri

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