• 19 de maio, 2024 15:19

Algumas palavras sobre a Copa do Mundo no Catar

ByDudu Correia

set 23, 2022

Por Dudu Correia, na coluna Falando de Esporte

Publicada no jornal Leia Sempre Brasil

O futebol no mundo nunca esteve com tantos craques, competições acompanhadas por milhões de pessoas e mercado da bola em alta.

Dá lucro investir no futebol mundo afora, lógico, que, nos grandes centros. Por exemplo, na Europa.

Na América Latina acredito que o Brasil do ponto de vista dos negócios está bem, as séries do brasileirão são bem disputadas, o mercado da bola cresce, mas, é preciso muito para melhorar.

Quando olhamos para novembro que vem, vamos ter a Copa do Mundo no Catar. À primeira vista a paixão pelo futebol fala mais alto e estaremos lá em frente à TV com a bandeira do Brasil na mão torcendo pela nossa canarinha e tudo mais.

Mas, é preciso dizer que algumas coisas incomodam.

Em primeiro lugar, A FIFA, promotora do evento é uma entidade política, elitizada e aliada de muitas ditaduras.

No âmbito internacional vetou a Rússia da Copa do Mundo que começa em 20 de novembro, mas fará essa mesma copa numa ditadura que é o Catar governado por uma mesma família desde 1825 e que sequer tem eleições parlamentares.

O Catar tem várias restrições para quem for ver os jogos ao vivo, mas é uma ditadura que não dá direitos às mulheres e falar de direitos humanos é brincadeira de mal gosto.

Basta citar o caso da mexicana Paola Schietekat, funcionária do comitê organizador do evento, que viveu um pesadelo judicial depois de denunciar um caso de agressão sofrida por um colega de trabalho. Ao final de tudo a “justiça” da ditadura do Catar a condenou a 7 anos de prisão e 100 chibatadas.

Sim, lá mulheres não tem muitos direitos.

Sem falar nos imigrantes, a maioria indianos que foram trabalhar na construção das suntuosas praças esportivas. Foram submetidos, e tudo registrado, a regime insalubre de trabalho.

Lá nesse paraíso de ditadura há um regime de trabalho chamado kafala que prevê salários menores aos estrangeiros que os pagos aos operários locais e dá ao empregador ou “patrocinador” uma série de direitos sobre o trabalhador migrante, como escolher onde ele pode se hospedar, para onde pode se deslocar e até mesmo para quem pode trabalhar.

Tudo bem que o futebol é legal, paixão nacional, mas é um absurdo termos copas em países que são ditaduras sem respeito algum às vidas humanas.

Quanto à competição vamos torcer bastante pela seleção brasileira.

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