• 19 de maio, 2024 18:38

Um tempo em que a Geral era a alma dos estádios brasileiros

ByDudu Correia

set 16, 2022

COLUNA FALANDO DE ESPORTE

PUBLICADA NO JORNAL LEIA SEMPRE BRASIL

POR DUDU CORREIA

 

Um tempo em que a Geral era a alma dos estádios brasileiros

Não sou desse tempo, mas pesquisando um pouco sobre como era o futebol antes e hoje dá para a gente dizer que a geral faz falta nos estádios brasileiros nos dias atuais.

Aliás, os estádios atuais não tem mais a famosa geral, que era o espaço privilegiado para a galera mais povão, o trabalhador assalariado, o pobre mesmo, ter a oportunidade de, pelo menos, aos domingos, poder ir a um lugar se divertir: os estádios de futebol eram esse espaço.

Partindo do pressuposto que o trabalhador brasileiro ganha mal desde sempre, que o salário mínimo hoje mal paga as contas do mês, ingressos de jogos da Série A do Brasileirão a R$ 100,00 inviabiliza  ida de qualquer trabalhador que ganha salário mínimo a jogos aos domingos.

A geral era o espaço onde a galera do povão se reunia aos domingos para curtir um bom jogo, ou mal jogo, o interessante era que era um espaço para o povo trabalhador.

A geral era símbolo da popularidade pois cobrava ingressos mais baratos. Muitas imagens da TV vinham da geral, geralmente um espaço onde muita gente fazia todo tipo de muganga para aparecer, daí porque os  holofotes dos canais de TV sempre miravam na geral e seus personagens.

O tempo foi passando, o futebol brasileiro foi ficando cada vez mais elitizado. Os campeonatos feitos pela Confederação Brasileira de Futebol começaram  a ficar mais caros e   elitizados.

Vieram, então, as reformas e construção de novas praças esportivas em todo o cenário nacional.  Os últimos estádios construídos ou reformados ao final vieram sem a famosa geral.

Um exemplo é o Maracanã, no Rio de Janeiro. Inaugurado para sediar a Copa do Mundo de 1950 o estádio foi palco de vários jogos importantes para  o nosso futebol e chegou a receber 200 mil pessoas em um nessa mesma copa.  Mas, reformas terminaram por dar um fim à geral.

O resultado isso tudo é que o futebol, paixão nacional continua sendo, mas sem pobre nos estádios. A verdade é que até esse esporte maravilhoso que encanta a milhões de pessoas mundo afora, não pode conviver mais no Brasil com os pobres. Os pobres que se lixem e passem a assistir os jogos em casa, se tiver dinheiro para pagar um aluguel ou a conta de luz.

Ouvi falar de uma outra geral, além do Maracanã, conhecida por ser o espírito do futebol democrático, aberta para todos. A geral do estádio Castelão, em Fortaleza, capital do Ceará. Sei algumas histórias dessa geral, mas isso deixamos para outro dia.

Detalhe: assista ao documentário Geraldinos, falando sobre o fim da geral no Maracanã, você vai se emocionar.

 

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