O deputado estadual Delegado Cavalcante, um parlamentar bolsonarista cearense, usou argumentos do próprio Bolsonaro e sem comprovação para ameaçar o povo cearense nesse processo eleitoral.
Usando uma tribuna em uma manifestação contra a democracia, que aconteceu neste último 7 de setembro e organizada pelo bolsonarismo para atacar as eleições, as instituições e pedir fechamento do STF e do Congresso Nacional o parlamentar disse abertamente e ameaçou que “se a gente não ganhar nas urnas, se eles roubarem nas urnas, nós vamos ganhar na bala. Não tem nem por onde.”
O discurso é de ameaça. Em quem Cavalcante pretende atirar e quais denúncias ele tem com provas que tem alguém armando roubar a eleição? Quais provas tem Cavalcante de fraudes em urnas eletrônicas ou qualquer outra fraude?
Ele não falou em momento algum ter algum tipo de prova, o que soa estranho para um parlamentar que já foi delegado da Polícia Civil no Ceará. Acusar sem provas?
Mais na frente no discurso ampliou as ameaças. “Não tenho medo dessa corja, desses pilantras que acabaram com o Brasil. Não vamos deixar esses ladrões acabarem com o presidente”.
Como sempre o discurso bolsonarista é vazio de objetividade. Quem é essa corja de que tanto fala Cavalcante? Tem nomes essas pessoas? Ele tem prova contra essas pessoas? Apresentou as provas ou denúncias em alguma instância da Justiça?
A pergunta que não quer calar: em quem querem atirar? Quem é o inimigo? Pelo que observamos trata-se de mais um discurso de ódio, de promoção de violência política. Não se trata de um discurso para ganhar meros aplausos em um evento com extremistas que querem agredir adversários, se armam e querem fechar o Supremo Tribunal Federal.
É um discurso de um policial que sabe que estimular atirar em alguém gera mais violência. Faz isso de caso pensado.
Apressado em desmentir Cavalcante e deixar claro que a ideia é ganhar as eleições no voto e não na bala, o deputado André Fernandes simplesmente desmentiu Cavalcante e disse em suas redes sociais: “Infelizmente por um discurso impensado e aparentemente apenas eleitoreiro, apenas um dos vários oradores falou em ‘ganhar na bala’”.
Ele desautorizou Cavalcante e ao mesmo tempo afirmou que na manifestação não houve baderna nem ameaça à democracia. Defendeu o uso de armas, mas não para promover guerras. O discurso de Cavalcante não ajuda muito a crer nas palavras de André Fernandes.
