Por Acrísio Sena
Deputado estadual (PT-CE) e presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, Recursos Hídricos, Minas e Pesca da ALECE
O presidente Bolsonaro virá ao Ceará na próxima quarta-feira (20/10) para visitar obras ligadas à infraestrutura hídrica em Russas e Crateús. Bolsonaro irá assinar um contrato e uma ordem de serviço para ser iniciada a recuperação da Barragem Banabuiú, dará aval à ordem de serviço para a retomada de obras da Barragem Fronteiras, em Crateús e deverá anunciar o início da construção do Ramal do Salgado. Toda ação que visa ampliar a rede de recursos hídricos é louvável. O problema é transformar uma iniciativa crucial em ato antecipado de campanha. Assim como ocorreu com a Transposição do Rio São Francisco, a maioria das obras anunciadas é resultado do investimento e realizações de governos anteriores, principalmente do PT. O presidente tenta forçar uma paternidade e correr contra o tempo para reverter a enorme rejeição na região. O intrigante é que Bolsonaro teve mais de três anos para investir em recursos hídricos e agora, aproximando-se das eleições, vem falar em “Jornada das Águas” e preocupação com o povo nordestino. Seu governo está sendo marcado pelo mais profundo descaso com a questão hídrica do Nordeste, falta de articulação com os governos estaduais e corte de recursos na área. A população rejeita as políticas de fome e escassez do atual mandatário, que se ocupa diariamente em só “falar água”.