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Por Acrísio Sena
Deputado estadual (PT-CE) e vice-presidente da Comissão de Educação e de Cultura e Esporte da ALECE
Causou indignação o anúncio do fechamento da Livraria Cultura. Não é um caso isolado. As livrarias estão morrendo em Fortaleza. Como bem disse a articulista Juliana Diniz, quando uma livraria desaparece, vai embora todo um circuito de leitores – presentes e futuros.
A cidade fica culturalmente mais pobre. Não se trata apenas de mudanças no mercado editorial, crise econômica ou o preço dos produtos culturais.
A dura realidade é que Fortaleza, a cidade que, segundo o IBGE, possui o maior PIB do Nordeste, ostenta também as marcas de uma elite iletrada, sem apreço pelo patrimônio cultural, desconectada das raízes e da identidade da cidade, sem interesse em investir em uma cidadania com os livros.
Uma elite que omite a presença dos negros e das populações tradicionais na construção da nossa história.
E assim, ao celebrarmos o dia nacional da leitura (12/10), vamos vivendo em um espaço sem livrarias, como bem disse o escritor argentino Jorge Luis Borges, um verdadeiro “deserto da imaginação”.