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Após 4 anos a reforma trabalhista desempregou e não gerou mais oportunidades nem crescimento no Brasil

ByTarso Araújo

out 8, 2021

EMPREGO

Após 4 anos a reforma trabalhista desempregou e não gerou mais oportunidades nem crescimento no Brasil

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O resultado da reforma trabalhista pós-golpe de 2016 é trágica. Os dados hoje comprovam que a picaretagem de Temer, Bolsonaro, PSDB, Centrão e cia não deixa dúvidas: a informalidade atinge 40,8% das pessoas e o desemprego chega perto de 15 milhões de pessoas e sem falar nos 6 milhões de desalentados.

 

Após reforma trabalhista Brasil vive momento de desemprego

Por Tarso Araújo

Editor do Leia Sempre

Quando os golpistas concluíram o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) começou o discurso para boi dormir de que as mudanças que iriam acontecer simplesmente iriam em muito melhorar o Brasil.

O presidente golpista Michel Temer (MDB) tomou algumas medidas que mostram como o Brasil chega com a ajuda dele ao fundo do poço.

A reforma trabalhista, a aprovação da PEC do Teto dos Gastos e as mudanças na política de majoração dos preços da gasolina de acordo com a variação internacional do dólar foram peças encenadas pelos golpistas e que revelam que o que estava em jogo no impeachment de Dilma Rousseff não era o mandato da então presidente, mas os direitos dos trabalhadores e as conquistas da sociedade brasileira.

O governo de Bolsonaro deu continuidade a essas três medidas de Michel Temer. Aliás, é bom lembrar que o próprio Bolsonaro apoiou as medidas de Temer e o golpe.

A eleição de Bolsonaro não trouxe melhora alguma aos trabalhadores. Pelo contrário, ele e Paulo Guedes tentaram, inclusive, aprovar uma outra reforma trabalhista que aprofundava a retirada de direitos dos trabalhadores. Mas não conseguiu.

Agora Bolsonaro investe na reforma administrativa para destruir o serviço público brasileiro e retirar direitos dos servidores. Quer, inclusive com a figura do concurso público e voltarmos aos tempos dos apadrinhados políticos.

A reforma trabalhista de Michel Temer com apoio de Bolsonaro e do Centrão foi a coroação do processo e a demonstração que o golpe foi para atingir os trabalhadores, retirar direitos e desempregar de forma clara milhões de brasileiros.

Os dados hoje comprovam que a picaretagem de Temer, Bolsonaro, PSDB, Centrão e cia não deixa dúvidas: a informalidade atinge 40,8% das pessoas e o desemprego chega perto de 15 milhões de pessoas e sem falar nos 6 milhões de desalentados.

A reforma trabalhista de Temer foi o presente da elite para os trabalhadores que apoiaram e os que não apoiaram o golpe e os governos Temer e Bolsonaro.

Um tapa na cara dos trabalhadores e um presente ao patronato. Em resumo, o trabalhador ganha menos, tem menos emprego, tem maior informalidade e a reforma possibilitou a queda da arrecadação dos sindicatos que perderam assim forças para defender os direitos dos trabalhadores.

Outra pancada foi a Justiça do Trabalho. A “reforma” de Temer simplesmente fragilizou as ações trabalhistas já que os trabalhadores agora devem pagar custas trabalhistas em caso de perda da ação na Justiça. Muitas ações deixaram de dar entrada na Justiça do Trabalho.

Tudo o que Bolsonaro, Temer e a elite sonharam.

Ilustração: Latuff

 

10 motivos para rejeitar o projeto de reforma trabalhista

O então senador Roberto Requião na época no MDB fez um pronunciamento e alertou aos trabalhadores como a reforma trabalhista iria retira direitos dos trabalhadores.

Abaixo os dez itens:

  1. Precedência do negociado sobre o legislado: o trabalhador, como parte fraca, vai se defrontar com o patrão, a parte forte, sem qualquer proteção legal;
  2. A destruição da Justiça do Trabalho como instrumento para equilibrar os poderes do trabalhador e do padrão nas relações trabalhistas;
  3. A instituição do trabalho intermitente que, na prática, para milhões de trabalhadores, vai liquidar com a obrigatoriedade do pagamento ao trabalhador do salário mínimo;
  4. A impossibilidade prática de os novos trabalhadores se aposentarem, sobretudo quando se considera a possível generalização do trabalho intermitente;
  5. O enfraquecimento planejado dos sindicatos em termos financeiros com a retirada abrupta do imposto sindical;
  6. O enfraquecimento funcional dos sindicados na medida em que não mais se requererá sua presença obrigatória para homologação de rescisões de contratos do trabalho;
  7. A generalização da terceirização inclusive em setores empresariais de atividades fins, com inevitável precarização do mercado de trabalho em larga escala;
  8. A pejotização generalizada da força de trabalho. Cada trabalhador vai se transformar em uma “empresa”, sem direito às férias, 13º, descanso remunerado, recolhimento do FGTS, desconto para a Previdência. As empregadas domésticas, por exemplo, recentemente reconhecidas como trabalhadoras, serão compelidas à “pejotização”, retornando à condição anterior de trabalhadoras precárias.
  9. A jornada de trabalho poderá ser estendida ilimitadamente, pois dependerá da negociação direta entre trabalhadores e empregadores. Em uma circunstância como a de hoje, com quase 14 milhões de desempregados, é de se prever que o trabalhador aceitará jornadas de trabalho estendidas.
  10. O projeto admite que mulheres grávidas ou lactentes trabalhem em locais insalubres, dependendo de avaliação sobre tais condições de médicos da empresa.

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