• 20 de maio, 2024 09:16

As implicações do exército na narrativa de fraude eleitoral de Bolsonaro. Por Marcos Leonel

ByTarso Araújo

jul 22, 2021 #Brasil

O derretimento do presidente Bolsonaro tem causado uma série de desdobramentos que contribuem para a solidificação da verdadeira imagem dele: confuso, incapaz, incompetente, improdutivo e profundamente trapalhão, em sua saga de descomposturas entre o nazismo e o fascismo. A situação de despreparo e maucaratismo se tornam mais evidentes quando o assunto é as eleições de 2022.

A partir do momento em que o mandatário teve o seu estelionato político revelado em todas as frentes, não só devido às suas ações administrativas contra o povo, como também a desconstrução da postura de combate à corrupção, fazendo com que ele figurasse nas pesquisas como um fracasso retumbante, o presidente adotou a agressividade e a mentira como armas de uma guerra mais escatológica do que fictícia.

Uma das suas mentiras preferidas passou a ser a narrativa de fraude eleitoral em uma eleição que só acontecerá em 2022. Ele deflagrou uma campanha de acusações sem provas que o torna extremamente ridículo, quando de fato ele queria ser temido por suas ameaças contra a democracia, a Constituição e à República. Quando ele afirma que as eleições eletrônicas são fraudulentas ele afirma, por outro lado, que tem sido eleito todo esse tempo de forma fraudulenta, pois ele não tem sido eleito pelo voto impresso.

Se não bastasse esse descompasso imbecilizado com a mínima coerência discursiva contra si mesmo, ele também encurrala as Forças Armadas, e principalmente o exército, nessa pantomima de ladroagem eleitoral. Em uma matéria crucial do jornalista João Filho, para o Intercept Brasil, a participação direta das Forças Armadas no processo eleitoral foi reavivada na memória seletiva da mídia coorporativa brasileira, que tem omitido do público, o papel do exército na segurança das eleições eletrônicas.

As Forças Armadas são responsáveis por auditar e fiscalizar o processo eleitoral com urnas eletrônicas. Não só o exército sempre esteve envolvido com a organização das eleições, auxiliando em operações logísticas, como transporte de urnas e de fiscais da Justiça Eleitoral, como também as Forças Armadas participaram diretamente da concepção das eleições digitais, como viabilizaram a criação mecânica das urnas eletrônicas. Além disso, o exército brasileiro protagonizou todos os testes de inviolabilidade do sistema.

O próprio general Mourão deu inúmeras palestras para apresentar o processo e defender a segurança das urnas eletrônicas. A imprensa sebosa pode omitir, mas a história não mente. A situação escabrosa envolvendo a narrativa da fraude eleitoral ainda tem outro ingrediente grave, uma vez que parte da cúpula militar que está no poder, também defende essas acusações sem provas que o presidente tem feito rotineiramente. Acontece que essa cúpula deveria estar muito ocupada, em busca de provas que inocentem todos os militares envolvidos nos escândalos de superfaturamento das vacinas. Ao que parece as Forças estão mais desarmadas do que nunca.

Foto: EBC

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