• 20 de maio, 2024 02:41

O movimento comunitário como expressão do direito à cidade

 

Por Higino Figueira

Educador

O movimento comunitário e os movimentos sociais de forma geral têm o papel fundamental de reunir em espaços comuns uma série de pessoas com pensamento bem variados da cidade, da democracia e do futuro que querem para nosso país. O movimento comunitário é, portanto, um espaço bem amplo, democrático e plural.

No movimento comunitário podemos debater vários temas como os relacionados ao mundo do trabalho, pois o trabalhador comum vive em um bairro, numa rua, tem amigos no bairro que às vezes nada tem a ver com seu mundo no trabalho, mas, trafega com desenvoltura com outras pessoas, sejam trabalhadores, servidores públicos, pequenos comerciantes, estudantes, religiosos, enfim, no bairro tem a diversidade, na comunidade as pessoas se encontram.

Se o trabalhador na fábrica, no comércio, na barraca, na loja ou no shopping tem um universo limitado de seu fazer diário, o bairro é amplo, às vezes bem muito diferente.

E é no bairro e na rua que as pessoas se encontram, se conhecem, e também é nesse espaço que as pessoas enfrentam variados problemas. E isso pode ser o ônibus que vive chegando atrasado e lotado, o posto de saúde que funciona com poucos médicos, a rua sem asfalto, a iluminação falha, a coleta do lixo que nunca chega, enfim, são muitos os problemas no bairro e na rua que podem sim unir pessoas bem diferentes.

É na comunidade que as pessoas se identificam mais e as lutas podem ser mais comuns. O que falta nesse espaço é o sentimento de pertencimento. Muitos podem viver um determinado tempo em um lugar, mas ficar pensando mesmo no seu torrão natal, se sentir muito mais pertencente aonde nasceu do que no lugar que vive.

Mas é no bairro e no movimento comunitário que existe um fator de mobilização das pessoas em defesa desse bairro é que faz significar a luta e faz com que as pessoas mesmo com origens no campo, em outras cidades e até outros estados e regiões bem distantes se sintam pertencentes àquele lugar e, portanto, dispostas a lutar.

O movimento comunitário pode ser num determinado momento um fator de unidade de pessoas, mesmo de origens tão distintas.

Foto: por Tonhão MUHAB/FACESP/CONAM

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