A Câmara Municipal de Juazeiro do Norte realizou, nesta terça-feira (18), sessão ordinária marcada por sérias denúncias de possível favorecimento em contratos da Secretaria de Saúde com clínicas particulares. Os vereadores Janu (PSB) e Márcio Joias (PRD) apontaram indícios de irregularidades envolvendo uma clínica que seria de propriedade da ex-secretária de saúde Andrea Landim.
Segundo os parlamentares, a referida clínica recebeu mais de R$ 180 mil em contratos firmados dias após a secretária e o prefeito Glêdson Bezerra anunciarem o encerramento do contrato com a policlínica de Barbalha. Janu e Márcio apresentaram documentos que corroboram suas alegações, apontando uma linha do tempo que evidenciaria o suposto esquema.
A clínica tinha como sócios-administradores Andrea e seu esposo Paulo Landim, atual secretário-executivo da Sesau. Pouco antes do acordo, a administração foi transferida para uma pessoa de nome Mônica Andrade. Embora a empresa tenha mudado de nome, o endereço, CNPJ, telefone e a classificação das atividades econômicas do empreendimento ainda são os mesmos.
Os vereadores também revelaram que Mônica é membro do Diretório do PSDB, partido ao qual Andrea é presidente municipal. “O nome fantasia passou de Aurea para Centro de Especialidades Médicas. No dia 4 de janeiro, a empresa passou a ter um novo sócio-administrador, a senhora Mônica Andrade, que pertence ao partido que a ex-secretária é presidente”, explicou.
Janu e Márcio anunciaram que vão encaminhar a denúncia ao Ministério Público Estadual e Federal. Além disso, os parlamentares pediram a exoneração do secretário-executivo Paulo Landim.
Ordem do Dia
O plenário aprovou as nove matérias incluídas na pauta de discussão e votação desta terça-feira (18). Na ocasião, foram apreciados 7 projetos de lei ordinária (PLO) e 2 projetos de resolução (PRE) – todos aprovados por unanimidade pelos vereadores presentes.
Destaque para o PLO 038/2024, do vereador William Bazilio – Bilinha (PT), que dispõe sobre a reserva de 5% de vagas de empregos nas empresas prestadoras de serviços ao município para as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar.
“Esse projeto é de uma magnitude incrível, porque muitas mulheres sofrem violência pela questão financeira, porque não tem uma profissão, não tem como se sustentar ou tem medo de ver os filhos passarem fome”, disse o presidente Capitão Vieira, que é coautor da matéria.